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O que é preciso para se destacar entre as melhores? A atacante Adriana, que mora na Cidade de Botucatu, parece ter encontrado a fórmula para responder a essa questão. Unindo técnica, categoria, treinos, talento e muita dedicação, em um Corinthians recheado de nomes de peso, a atacante vem construindo, temporada após temporada, sua base sólida como uma das referências do ataque alvinegro e não à toa conquista a sua primeira Bola de Ouro no Prêmio ESPN Bola de Prata Sportingbet.
Em 2022, no Brasileirão, foram 17 jogos, 1.498 minutos em campo, 11 participações em gol e 2,5 dribles certos por jogo. Os 9 gols marcados a tornam vice-artilheira da competição, junto com Rafa Travalão, do São Paulo, e Bia Zaneratto, do Palmeiras, e a artilheira do Timão no torneio.
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No dia 4 de dezembro, Adriana será uma das protagonistas do Jogo de Futebol Beneficente em Botucatu, Craques Amigos de Botucatu, às 11 horas, no Estádio da Ferroviária, ao lado dos também profissionais Clayson, Baralhas e Thomazella, e convidados. A entrada é um quilo de alimento.
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O currículo, recheado de títulos, mostra que Adriana fez a escolha certa ao deixar o Rio Preto rumo ao Corinthians. Em cinco temporadas com o alvinegro, conquistou o Brasileirão quatro vezes, em 2018, 2020, 2021 e 2022, venceu, também, a primeira edição da Supercopa do Brasil, em 2022, além de três Campeonatos Paulistas, em 2019, 2020 e 2021. “Já ganhei tudo aqui pelo Corinthians. Tudo o que eu disputei eu já ganhei”, comemorou em entrevista à TV Corinthians.
Nos bastidores do Timão, a atacante é tranquila e brincalhona, gosta de estar com o grupo, principalmente com Érika e Tamires, e sua inquietude faz com que sempre esteja fazendo algo. Em seu tempo livre, Adriana gosta de estar em casa, com a esposa e seus cachorros e gatos. O bilhar e as rodas de samba e pagode também chamam a atenção da craque, que valoriza a companhia dos amigos.
Antes de chegar ao atual Campeão Brasileiro, atuou por Flamengo, em 2012, e Tiradentes, de 2013 a 2015, ambos do Piauí, estado em que nasceu, e passou duas temporadas, 2016 e 2017, defendendo o Rio Preto, de São Paulo. Nessas passagens, conquistou um estadual com o Tiradentes e dois com o Rio Preto.
Natural de União, no Piauí, moradora de Botucatu, Adriana é casada com Natália Castro, filha do ex-treinador do Botucatu Futebol Clube (BFC), Edson Castro. O brilho de Adriana levou a vestir a amarelinha, sendo convocada pela primeira vez para a seleção principal em outubro de 2017. Antes, quando defendia o Rio Preto, passou pela categoria sub-20, época em que teve sua primeira lesão séria no joelho. O momento difícil unido ao medo de não conseguir voltar a jogar e à pouca idade fizeram com que Adriana entrasse em depressão. Cortada do Mundial sub-20, passou oito meses parada e sem receber salário, com a CBF como responsável por seu tratamento.
Adriana se recuperou e retornou aos campos e à seleção brasileira, mas acabou não defendendo o Brasil nas disputadas da Copa do Mundo de 2019 e nos Jogos Olímpicos de 2020, realizados em 2021, novamente por culpa das lesões. Retornando após recuperação de cerca de oito meses, Adriana realizou um de seus maiores sonhos profissionais: ser campeã com a seleção brasileira, conquistando a Copa América de 2022, que teve a atacante como titular na final e um dos grandes nomes da conquista. Agora, ela espera estar presente nas próximas edições do Mundial e dos Jogos Olímpicos: “tenho certeza que eu vou estar nesse ciclo”.
Guerreira desde nova, a atacante usou as lesões como combustível para se fortalecer. Foi o apoio dos pais, irmão e avós que a ajudou na recuperação da doença. A família foi a principal base, também, para que Adriana iniciasse no futebol. Sua mãe, dona de casa, e seu pai, agricultor, sempre apoiaram a filha na prática esportiva. Com um campo no quintal de casa, o esporte fez parte de sua infância e a atleta começou a demonstrar seu potencial entre os meninos, com apenas 5 anos de idade. “A minha família toda joga futebol, até a minha mãe”, contou em série especial do Corinthians.
Foi com seu irmão, André Ricardo, que aprendeu a dar seus primeiros chutes na bola. Ele foi um dos maiores incentivadores da futura jogadora, a ajudando sempre que podia e repassando seus conhecimentos. Com seu pai montando e comandando times para os campeonatos amadores da região, era Adriana que fazia as funções de treinadora para os meninos quando ele não conseguia estar presente. Com o passar do tempo, ela passou a deixar a sua marca também dentro de campo, completando as equipes, vez ou outra, quando faltava algum jogador e passando a entrar com mais frequência nos jogos e campeonatos com os meninos.
Dos 8 aos 16 anos de idade Adriana fazia um ‘segundo tempo’ após o futebol, colhendo e quebrando cocos com a mãe, em uma rotina diária para ajudar nos negócios da família. Foi aos 16 anos que a então adolescente passou a vestir a camisa do Flamengo do Piauí. Após uma temporada, surgiu a oportunidade de migrar para o rival, o Tiradentes. Lá, Adriana passou três temporadas, conquistando o estadual e tendo a oportunidade de disputar, pela primeira vez, o Brasileirão, em 2014. Foi essa oportunidade que abriu os olhos da craque para a possibilidade de ter o futebol como profissão.
Em 2016, Adriana deixou a casa de seus pais e rumou para São Paulo. O destino era o Rio Preto, tradicional equipe do futebol paulista, hoje extinta. A ausência, principalmente dos pais e dos amigos próximos, dificultou a adaptação à nova vida. Mais uma vez a craque juntou forças para lutar pelo seu futuro: “se a gente quer buscar os nossos sonhos, a gente tem que deixar a saudade um pouquinho de lado”, relatou em série especial do Corinthians.
Na chegada ao Timão, em 2018, foi a veterana Grazi, ex-BFC, um dos principais pilares para a adaptação da atacante ao novo time. Cinco temporadas e muitas propostas recusadas depois, é nítido o amor e o respeito construído por Adriana pela camisa do Corinthians. Se ela permanece para a temporada 2023 ainda é um mistério, mas é inegável o fato de que sua marca já está na história do Corinthians.
Com informações ESPN Brasil