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O mundo está ficando mais pálido. Segundo uma pesquisa conduzida por cientistas brasileiros e europeus, borboletas que antes exibiam asas vibrantes para atrair parceiros e despistar predadores estão se tornando mais apagadas.
O motivo? A substituição das florestas tropicais por plantações monoculturais, como as de eucalipto, está eliminando a diversidade ambiental que sustentava essa explosão de cores.
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O que você vai ler nesta matéria:
– Desmatamento e monoculturas estão apagando as cores da natureza, tornando as borboletas menos vibrantes e os ecossistemas mais pobres.
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– Pesquisadores no Brasil identificaram a “descoloração” das espécies em plantações de eucalipto, onde predominam borboletas de tons marrons e acinzentados.
– A perda de cores é um alerta sobre o futuro do planeta, indicando o enfraquecimento da biodiversidade — mas a regeneração florestal ainda pode reverter esse cenário.
“As cores nas asas das borboletas não são triviais – foram moldadas ao longo de milhões de anos”, explicou o pesquisador e fotógrafo Roberto García-Roa em entrevista ao The Guardian. Ele faz parte de um projeto no Brasil que investiga como a perda de habitat está “desbotando” o mundo natural. Em plantações homogêneas, espécies de tons marrons e acinzentados se adaptam melhor, enquanto as mais coloridas desaparecem.
O estudo, realizado no estado do Espírito Santo, identificou 21 espécies em plantações de eucalipto e 31 em florestas nativas, e revelou uma diferença nítida entre os dois ambientes. “Nas plantações, há uma sensação geral de vazio”, contou Maider Iglesias-Carrasco, pesquisadora da Universidade de Copenhague e uma das autoras do estudo. As áreas cultivadas são mais quentes, secas e silenciosas, enquanto as florestas maduras continuam úmidas, vibrantes e cheias de sons.
As descobertas fazem parte de um campo de pesquisa chamado “descoloração”, que busca entender como a perda de biodiversidade está literalmente alterando as cores da Terra. O fenômeno vai além das borboletas: recifes de coral estão branqueando, os oceanos estão ficando mais verdes e até os arco-íris podem se tornar menos visíveis em áreas urbanas e poluídas.
Para o pesquisador Ricardo Spaniol, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a mudança é alarmante. “Até o próprio planeta Terra está perdendo brilho quando visto do espaço”, disse ele ao The Guardian. “É impressionante e preocupante como esses processos estão interligados.” Spaniol explica que a diminuição da diversidade cromática pode indicar o enfraquecimento das funções ecológicas e o empobrecimento dos ecossistemas.
Ainda assim, há esperança. Spaniol observou que áreas da Amazônia em regeneração há cerca de 30 anos – após décadas de uso como pasto – apresentaram um aumento significativo na diversidade de cores das borboletas. “Ainda temos a oportunidade de restaurar esse mundo colorido”, concluiu
Fonte: Um Só Planeta
