20 de setembro, 2024

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Bombeiros usam máquinas para chegar a áreas não exploradas por socorristas em São Sebastião; chance de encontrar sobreviventes é menor, diz capitão

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Oficiais do Corpo de Bombeiros de São Paulo que atuam nas buscas por vítimas dos deslizamentos de terra em São Sebastião, no Litoral Norte paulista, dizem que a probabilidade de encontrar pessoas com vida está diminuindo ao longo dos dias, já que bolsões de ar não são comuns em casos de soterramento.

“Quanto mais o tempo passa, menor a probabilidade de encontrar pessoas com vida. Mas a gente sempre trabalha com essa intenção porque, sob os escombros, a gente pode ter bolsões de ar, existe uma pequena possibilidade”, afirmou o capitão Villas Boas, que atua na busca por desaparecidos na Vila Sahy.

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Escavadeira é usada para remover lama acumulada em rua da Vila Sahy, em São Sebastião (Foto: Fábio Tito/g1)

Nesta quinta, subiu para 50 o número de mortos, segundo a Defesa Civil Estadual. Foram encontrados os corpos de 49 vítimas em São Sebastião e uma em Ubatuba. Na última divulgação do governo estadual, 38 pessoas estavam desaparecidas e, também segundo a Defesa Civil, há mais de 4 mil desalojados ou desabrigados.

A corporação já tem utilizado maquinário para avançar nos espaços ainda não explorados pelos socorristas. Os trabalhos de buscas entraram no quinto dia nesta quinta-feira (23).

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Sobre o uso de máquinas, o primeiro-tenente Spacassassi afirmou que “tudo depende do risco que envolve o acesso de máquina ou não”.

Máquina trabalha para tirar escombros na Vila Sahy, em São Sebastião (SP) (Foto: Giaccomo Voccio/g1)

Segundo ele, em casos em que há estrutura de alvenaria, por exemplo, os maquinários são acionados após 7 ou 10 dias de procura.

“Quando tem soterramento, ou seja, mais parte de terra, com menos espaços vitais, normalmente as máquinas entram mais cedo, mas para fazer o acesso, não propriamente para encontrar as vítimas”, explicou Spacassassi.

“Para chegar num ponto, precisamos remover uma área que a gente já sabe que não tem ninguém. Quando chegamos a locais que a gente entende que pode ter vida, começamos a fazer [a busca] manualmente. Vamos dosando de acordo com as informações e com o contexto geral da ocorrência”, destacou.

As buscas se dividiram em três frentes nesta quinta na Vila Sahy, local mais afetado pelos deslizamentos:

  • Rua 1 (A): nenhum corpo encontrado;
  • Rua 1 (B): dois corpos encontrados;
  • Rua 0: três corpos encontrados.

Segundo informações passadas ao tenente, na área da Rua 1 (B), que é mais próxima ao morro mais alto, não há mais vítimas. “A gente precisa confirmar essa informação. Na parte noturna, nós vamos focar as buscas na 1 (A) e na 0, que é a nossa prioridade hoje”, pontuou.

Operação durante a noite

Spacassassi garantiu que as buscas seguirão de forma ininterrupta, mesmo à noite: “A gente produz iluminação artificial para que conseguir continuar as buscas. Há um processo natural de, em uma situação específica de risco, a gente diminuir o setor, a mobilidade, mas as buscas não são interrompidas à noite”.

Sobre o uso maquinário, ele também disse que a utilização é necessária principalmente para tornar o trabalho mais seguro:

“Às vezes, a gente precisa de maquinário para conter uma certa quantidade de terra num canto, remover para acessar. Nesse momento, a gente buscou manualmente em todos os pontos possíveis. Agora, a máquina precisa abrir esse caminho para que a gente, manualmente, consiga ficar mais próximo do local que a gente entende que pode ter vítima”.

Atuação de voluntários

Segundo o tenente, diante da complexidade da ocorrência nos primeiros dias, a ajuda de voluntários era primordial: “A gente tem aquela situação de risco, e a gente controla isso. De uma maneira segura, a população consegue ajudar, principalmente na parte de ajuda humanitária, de apoio”.

No entanto, o trabalho para os civis se restringe às áreas de baixo risco e, conforme os dias se passam, novas equipes de especialistas são disponibilizadas, e a ação da população é desmobilizada.

Fonte: G1

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