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O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta terça-feira (23) na rampa do Palácio do Planalto o coração do imperador Dom Pedro I. A relíquia foi recebida com uma salva de tiros de canhão.
Dom Pedro I foi o responsável por declarar a independência do Brasil. O coração do imperador foi trazido da cidade do Porto, em Portugal, para Brasília nesta segunda-feira (22) em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Esta é a primeira vez que o órgão deixa o país europeu.
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“Dois países, unidos pela História, ligados pelo coração. Duzentos anos de independência. Pela frente, uma eternidade em liberdade. Deus, pátria, família! Viva Portugal, viva o Brasil!”, disse Bolsonaro durante a recepção do órgão.
A relíquia foi trazida em comemoração aos 200 anos da Independência do Brasil. Após cerimônia no Palácio do Planalto, o órgão seguirá para o Palácio do Itamaraty, onde ficará exposto até 5 de setembro.
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Transporte
O coração de Dom Pedro I foi transportado em um avião da FAB em uma cabine de passageiros, junto com três autoridades portuguesas e um representante do governo brasileiro.
O embaixador George Monteiro Prata e o chefe do cerimonial do Itamaraty, ministro Alan Coelho de Séllos, informaram que o tratamento dado a relíquia será o mesmo concedido a chefes de estado.
Na base aérea, o coração foi recebido com honrarias, por autoridades como o embaixador de Portugal no Brasil, Luiz Felipe Melo, e os ministros Paulo Sérgio Nogueira, da Defesa, e Marcelo Queiroga, da Saúde.
Negociação
De acordo com o Ministério de Relações Exteriores, a negociação que possibilitou a vinda do coração de Dom Pedro I para o Brasil levou quatro meses.
Para que a relíquia pudesse ser enviada ao Brasil foram necessárias duas autorizações. Primeiro, peritos do Instituto Médico Legal da Universidade do Porto permitiram – do ponto de vista técnico – a vinda do órgão, “que é frágil”. Depois, houve uma votação, na Câmara de Vereadores da cidade do Porto, onde a viagem foi autorizada, por unanimidade.
Depois que o empréstimo foi divulgado, alguns historiadores criticaram a decisão por considerar um risco à relíquia e um gasto de dinheiro público desnecessário. O Ministério de Relações Exteriores, não divulgou quanto custou a operação.
Antes da vinda do órgão ao Brasil, foi organizada a primeira exposição aberta ao público do coração de D. Pedro I a cidade do Porto, em Portugal. O evento atraiu milhares de pessoas.
Último pedido
O coração de Dom Pedro I é guardado no salão nobre da Igreja da Irmandade da Lapa, na cidade do Porto, em Portugal, a pedido do próprio imperador. A solicitação foi registrada no testamento deixado pelo monarca.
A relíquia é protegida por uma porta de 5 toneladas (trancada por duas chaves), uma grade de ferro (trancada por uma chave), uma caixa de madeira (trancada por uma chave) e uma urna de mogno (trancada por uma chave).
Curiosidades
Esta não é a primeira vez que restos mortais de Dom Pedro I são apresentados nas comemorações da Independência do Brasil.
Em 1972, durante a ditadura militar, parte da ossada do imperador foi exposta em várias cidades brasileiras, depois foi depositada no Monumento da Independência, em São Paulo.
Fonte: G1