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A dois dias do fim do seu governo, o presidente Jair Bolsonaro deixou o Brasil na tarde desta sexta-feira rumo aos Estados Unidos. Um avião da Força Aérea Brasileira decolou de Brasília às 14h com destino a Orlando, no estado americano da Flórida. Com a viagem, Bolsonaro não passará a faixa presidencial ao seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, ignorando o tradicional rito democrática que simboliza a troca de poder no país. O presidente eleito ainda discute com sua equipe como se dará o ritual durante a cerimônia de posse.
A previsão é que Bolsonaro passe ao menos um mês fora do país. Apesar dos preparativos, o governo não deu qualquer informação sobre a viagem, tampouco quem o acompanhará. Como presidente da República, ele tem o direito de usar o avião da FAB para viajar, mas não houve qualquer divulgação sobre agenda ou compromisso que justificasse o uso da aeronave oficial.
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Na tarde desta quinta-feira vice-presidente, Hamilton Mourão, já despachava como presidente em exercício. Em um dos seus primeiros atos, convocou uma rede nacional de rádio e televisão para sábado, às 20h30. Ele deve fazer um balanço dos quatro anos de governo, mencionar que manifestações que ocorrem desde o fim das eleições são direito da liberdade de expressão, mas deverá adotar tom conciliador, de acordo com interlocutores.
Não houve transmissão do cargo na base aérea como ocorreu diversas vezes ao longo do governo. Dessa vez, Mourão foi comunicado por Bolsonaro na manhã desta sexta-feira por mensagem que teria que assinar três decretos. Ele disse que não havia combinado com Bolsonaro o pronunciamento.
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Ao sair do Palácio da Alvorada pela última vez como presidente, Bolsonaro não deixou o local que foi sua residência nos quatro anos pelo portão principal: utilizou uma saída lateral, despistando a imprensa.
Mais cedo, fez uma transmissão ao vivo do Palácio da Alvorada em que fez um balanço do seu governo, mas também não mencionou a viagem. Apesar disso, falou em tom de despedida e citou pela primeira vez do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Após a derrota nas urnas, Bolsonaro ficou a maior parte do tempo recluso no Palácio da Alvorada e fez pouquíssimas declarações públicas. Nesta sexta, ele afirmou que “foi difícil ficar dois meses calado”.
Bolsonaro deve passar os primeiros dias em Orlando e depois seguir para Miami, também na Flórida.
O Diário Oficial da União desta sexta-feira publicou a autorização para assessores escolhidos por Bolsonaro para seguir com ele após deixar a Presidência para viajar para Miami, também nos Estados Unidos.
Os assessores Sérgio Rocha Cordeiro e Marcelo Câmara acompanham o presidente por 30 dias, de 1ª a 30 de janeiro. Já Max Guilherme Machado, Osmar Crivelatti, Ricardo Dias dos Santos têm autorização para viajar de 1º a 15 de janeiro. Depois, retornam entre 28 a 30 de janeiro.
Na quarta-feira, o Gabinete de Segurança Institucional autorizou o afastamento do país da segundo sargento Aline Amancio de Oliveira para compor a equipe de segurança familiar do presidente na viagem, por dois dias.
Fonte: G1