17 de maio, 2024

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Bolívia tem escassez de alimentos e de combustível com estradas bloqueadas por manifestantes pró-Evo

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Moradores de diversas cidades na Bolívia relatam escassez de alimentos e gasolina por causa de protestos contra a queda do ex-presidente Evo Morales, que renunciou ao cargo pressionado pela oposição e por militares após denúncias de fraude nas eleições presidenciais de outubro.

O governo interino da Bolívia disse nesta segunda-feira (18) que os esforços para abastecer La Paz encontra dificuldades devido às barreiras instaladas nas estradas. A nova liderança também enfrenta obstáculos para estabelecer diálogo com os oponentes, principalmente depois da morte de nove apoiadores de Evo em confrontos com forças de segurança no fim de semana.

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Apoiadoras de Evo Morales sentam em frente à polícia em La Paz, na Bolívia, nesta segunda-feira (18) — Foto: Natacha Pisarenko/AP Photo
Apoiadoras de Evo Morales sentam em frente à polícia em La Paz, na Bolívia, nesta segunda-feira (18) (Fotos: Reprodução)

Furiosos com a repressão armada, partidários do ex-presidente pedem a renúncia de Jeanine Áñez, autoproclamada presidente interina da Bolívia. Vice-presidente do Senado, ela se lançou à liderança do país após as renúncias da linha sucessória de Evo.

Líderes da igreja boliviana anunciaram nesta segunda-feira planos de um diálogo com o enviado especial da Organização das Nações Unidos (ONU) Jean Arnault. Eles esperam a participação de militantes do Movimento ao Socialismo (MAS) – partido de Evo – e disseram que a conversa abordará novas eleições e um novo tribunal eleitoral.

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La Paz fechada

Funcionária de posto pinta o estabelecimento fechado em La Paz, na Bolívia, nesta segunda-feira (18) — Foto: Natacha Pisarenko/AP Photo
Funcionária de posto pinta o estabelecimento fechado em La Paz, na Bolívia, nesta segunda-feira (18) (Foto: Reprodução)

O novo ministro de Hidrocarbonetos, Víctor Hugo Zamora, disse à rede de televisão boliviana ATB que o abastecimento de gasolina enfrenta dificuldades para chegar a La Paz por causa dos bloqueios de manifestantes.

Diversas lojas de La Paz estão fechadas, e as poucas ainda abertas cobram o dobro dos preços normais, relata a moradora Guillermina Chura.

“O que vamos dar às nossas famílias se as coisas continuarem desse jeito?”, questionou Chura.

Açougue com escassez de carne em La Paz, na Bolívia, nesta segunda-feira (18) — Foto: Natacha Pisarenko/AP Photo
Açougue com escassez de carne em La Paz, na Bolívia, nesta segunda-feira (18) (Foto: Reprodução)
Mulher come sozinha em restaurante em La Paz, na Bolívia, nesta sexta-feira (18) — Foto: Natacha Pisarenko/AP Photo
Mulher come sozinha em restaurante em La Paz, na Bolívia (Foto: Reprodução)

A vendedora Ana Gonzáles contou ter fechado a banquinha de vegetais que tinha nas ruas de La Paz por não ter nada a vender.

“Vou viver de quê?”, indagou a comerciante.

Ela também diz que Evo, que está no México após obter asilo no país, deve agir para acalmar a situação. O ex-presidente tem condenado o governo interino e dito que foi vítima de um golpe de estado.

Além de La Paz, os bloqueios nas estradas também afetaram o comércio de Santa Cruz de La Sierra. Produtores dizem que frutas e outros vegetais estão estragando nos caminhões retidos antes de chegar aos mercados.

Estratégia de Evo

Manifestantes favoráveis a Evo Morales protestam em Cochabamba, na Bolívia, nesta segunda-feira (18) — Foto: Natacha Pisarenko/AP Photo
Manifestantes favoráveis a Evo Morales protestam em Cochabamba, na Bolívia, nesta segunda-feira (18) (Foto: Reprodução)

O grupo pró-Evo instalou os bloqueios nas estradas como parte de um esforço para desestabilizar o governo interino, afirmou o analista econômico Alberto Bonadona, professor na Universidade Maior de San Andrés.

A Defensoria Pública estima que ao menos 23 pessoas morreram nos protestos violentos desde as eleições de 20 de outubro. Evo declarou vitória após a votação, mas opositores denunciaram fraude e iniciaram grandes protestos.

Uma auditoria internacional liderada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) concluiu que houve irregularidades no processo eleitoral.

A crise na Bolívia expôs divisões étnicas, raciais e geográficas que muitos pensaram estar superada durante os 14 anos do governo de Evo, que introduziu uma constituição considerada mais inclusiva. Analistas dizem que o movimento para derrubar o ex-presidente partiu da revolta da classe-média urbana contra os esforços do político para permanecer no poder.

Fonte: Yahoo!

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