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A prefeitura de Boituva (SP) começou a usar um túnel inflável para desinfecção no combate ao coronavírus. Nesta quinta-feira (9), a estrutura foi instalada na rodoviária da cidade com a proposta de desinfectar pessoas que passam por ele.
A cidade contabiliza, até a manhã desta quinta-feira (9), dois casos confirmados, duas mortes e outros oito casos suspeitos.
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O túnel inflável usa um sistema de pulverização com ozônio aquoso. Segundo a prefeitura, em contato com o produto, no momento em que é pulverizado durante a passagem pelo túnel, as pessoas ficam protegidas de contaminação e proliferação do vírus no período de uma hora e meia.
O sistema pulveriza o ozônio umedecido para atingir a parte superficial do corpo, como roupas, acessórios e calçados.
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O túnel tem aproximadamente 3 metros e é preciso que a passagem seja de forma lenta, cerca de 15 segundos, para garantir a eficácia da aplicação.
Segundo informações da prefeitura, “o ozônio é 100% seguro e não traz nenhum risco para a saúde, não tem efeitos colaterais e é eficiente na neutralização do vírus. O ozônio é um produto sanitizante e terapêutico”.
O túnel foi doado por empresários e não teve custos ao município. A empresa responsável pelo túnel possui autorização da Vigilância Sanitária para exercer a atividade.
O túnel de desinfecção ficará na rodoviária de Boituva até sexta-feira (10), das 9h às 17h. Outros espaços públicos da cidade também devem receber a ação.
Além do túnel, equipes da saúde municipal também fazem aferição da temperatura, para auxiliar no combate ao coronavírus.
Risco
De acordo com a médica infectologista Carolina Malavazzi, o ozônio tem alta eficácia germicida contra organismos patogênicos, como bactérias, protozoários e vírus. No entanto, o ozônio medicinal como defesa contra o coronavírus ainda não foi comprovado.
“Não significa que não possua eficácia, mas sim que ainda não temos estudos clínicos, então não podemos afirmar que seu uso é eficaz no combate ao coronavírus”, diz.
Malavazzi pontua que, se aplicado em doses excessivas, o ozônio pode provocar de problemas respiratórios e pode até causar a morte.
“Pessoas com uma deficiência relacionada à enzima G6PD não podem fazer uso de ozonioterapia, pois ela tende a causar a destruição em massa das hemácias, células do sangue cuja função no organismo é transportar oxigênio.”
Segundo ela, na China há um estudo em andamento que avalia os resultados do tratamento com ozônio contra a Covid-19, mas a orientação foi reagir com prudência e aguardar a publicação dos resultados. “Até o momento esse tipo de procedimento não deveria ser utilizado.”
Fonte: G1