16 de setembro, 2024

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Blinken viaja à Ásia Central para fortalecer presença estratégica dos EUA

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O secretário de Estado americano, Antony Blinken, está a caminho da Ásia Central com a esperança de que um maior compromisso dos Estados Unidos tranquilize as ex-repúblicas soviéticas afetadas pela guerra na Ucrânia, apesar da influência histórica da Rússia.

Dias depois do primeiro aniversário da invasão da Ucrânia, o responsável pela diplomacia americana manterá conversas, na terça-feira (28), no Cazaquistão e, depois, no Uzbequistão. Além disso, ele vai se reunir com os ministros das Relações Exteriores das cinco ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central em Astana, a capital cazaque.

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Donald Lu, o diplomata americano responsável pelas regiões central e sul da Ásia, afirmou que os Estados Unidos eram realistas sobre o fato de que essas cinco nações não cortariam relações com Rússia e China, sua outra potência vizinha, que vem aumentando sua presença.

No entanto, disse que Blinken mostraria que os Estados Unidos são um “aliado confiável”, ao contrário de Moscou e Pequim.

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“Temos algo a oferecer em termos de compromisso econômico, mas também em termos dos valores que trazemos à mesa”, explicou Lu aos jornalistas.

Após um ano de viagens pelo mundo em uma campanha de apoio à Ucrânia, a missão de Blinken na Ásia Central pode ser a mais sutil até agora.

Diplomatas e especialistas afirmam que os líderes da região estão se equilibrando sobre uma corda bamba devido aos acordos formais de segurança que possuem com Moscou, e à forte influência econômica da Rússia, inclusive como país de destino para seus trabalhadores.

Os cinco Estados se abstiveram ou não votaram na Assembleia Geral da ONU na quinta-feira (23), que exigia a retirada do Exército russo da Ucrânia.

Para Jennifer Brick Murtazashvili, especialista na região do centro de análise Carnegie Endowment for International Peace e da Universidade de Pittsburgh, “há um desejo real entre os líderes dessas nações de se afastar da Rússia”.

“Acredito que eles entendem que a Rússia é uma ameaça, embora, geograficamente, eles têm pouca margem de manobra e a situação econômica não lhes oferece muitas opções”, explicou.

Relação complexa

O Cazaquistão, país com o qual a Rússia compartilha sua maior fronteira terrestre, é um dos que tem uma relação mais complexa com Moscou. Tem sido cuidadoso com os direitos de sua considerável minoria étnica russa, ainda mais depois que Vladimir Putin apontou o tratamento dado pela Ucrânia à sua população russófona como uma das justificativas para a invasão.

O presidente cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, que se encontrará com Blinken, viajou à Rússia no ano passado para se reunir com o chefe de Estado russo e reafirmou sua sociedade com o país vizinho.

Contudo, falou recentemente com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, e pediu um fim negociado do conflito com base no direito internacional. Ademais, o Cazaquistão abriu as portas para dezenas de milhares de russos que querem fugir do serviço militar.

Um mês antes da invasão da Ucrânia, Tokayev convocou as forças lideradas pela Rússia para ajudar a recuperar o controle depois de distúrbios em seu país, mas rapidamente pediu a retirada das tropas diante da oposição pública.

Por sua vez, o presidente do Tajiquistão, Emomali Rahmon, ganhou destaque em outubro ao repreender Putin publicamente durante uma reunião regional e acusou a Rússia de ignorar os interesses dos países da Ásia Central.

Segundo a professora Murtazashvili, os Estados Unidos cometeram um erro ao verem a Ásia Central como uma “fronteira estagnada” e que a melhor opção seria uma estratégia que valorize a autonomia de seus líderes.

“Esses países estão em uma posição realmente interessante para servir de equilíbrio entre Rússia e China”, opinou.

Fonte: Yahoo!

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