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Em algumas partes dos Estados Unidos, há um burburinho ensurdecedor no ar: bilhões de cigarras que emergiram à superfície depois de passarem até 17 anos no subsolo. Em 2024, o fenômeno veio em dose dupla, pois duas ninhadas diferentes vieram para a superfície ao mesmo tempo, uma ocorrência rara que não era vista há 221 anos.
Sua missão nesta etapa da vida é acasalar – e para se encontrarem, emitem zumbidos que podem chegar a cem decibéis, ou “mais ou menos o nível de um motor a jato”, disse Tamra Reall, entomologista e especialista em horticultura da Universidade de Missouri, à NatGeo.
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Cicadas at the Little Red Schoolhouse Nature Center in Willow Springs pic.twitter.com/vfWR9g6GA0
— Robert Loerzel (@robertloerzel) May 25, 2024
Hear em yet? #cicadas pic.twitter.com/jbLh28ok0J
— MancowMuller (@MancowMuller) May 30, 2024
Nos EUA, existem 15 “famílias”, ou ninhadas, reconhecidas oficialmente, que vão se alternando nas fases de acasalamento na superfície e vida embaixo da terra. Este ano é a primeira vez desde 1803 que a Ninhada XIII e a Ninhada XIX emergiram simultaneamente. No entanto, cada uma das ninhadas tem uma distribuição geográfica distinta, com poucas áreas de sobreposição entre elas. Um grupo está mais concentrado no Centro-Oeste e outro no Sudeste.
Ao contrário das cigarras anuais, que surgem todo verão, as cigarras periódicas só dão as caras a cada período de 13 a 17 anos. Os especialistas dizem que os insetos sabem quando chegou a hora contando os pulsos do fluido que corre pelas raízes das árvores, das quais elas se alimentam no subsolo, e depois esperam até que o solo atinja a temperatura certa – cerca de 18°C - para emergir.
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As espécies periódicas não evoluíram para se defender de predadores como as suas irmãs, as cigarras anuais, que sabem fugir rapidamente de pássaros e toupeiras. Mas os seus horários sincronizados e a vida em grupo aumentam suas chances de sobrevivência.
I’m fascinated by cicadas, and enjoy their singing and mild citrus flavor as much as the next guy, but this is getting ridiculous… pic.twitter.com/FK2gnWWtIf
— Andrew Daub (@TheResoluteLife) May 26, 2024
No entanto, uma ameaça bastante indesejada aguarda as cigarras quando elas emergem do solo: um fungo parasita chamado Massospora, que as come “de dentro para fora”, toma conta dos seus corpos e as mantém vivas apenas tempo suficiente para espalhar a doença aos seus parceiros durante a reprodução.
Fonte: Um Só Planeta