24 abril, 2024

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Biden diz que herdou nação em crise e celebra ritmo da vacinação: ‘EUA progridem novamente’

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discursa em sessão conjunta no Congresso nesta quarta-feira (28). O pronunciamento — o primeiro do tipo desde que tomou posse, em 20 de janeiro — antecede o marco de 100 dias de mandato do novo governo, que serão completados na quinta (29).

No discurso, Biden afirmou que “herdou uma nação em crise” ao assumir o mandato, e citou os seguintes acontecimentos:

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  • a pandemia do coronavírus, a pior em um século.
  • a pior crise econômica desde a Grande Depressão (1929).
  • o pior ataque à democracia desde a Guerra Civil — Biden se referia à invasão ao Capitólio por apoiadores de Donald Trump, em 6 de janeiro.

“Posso dizer à nação: os Estados Unidos estão progredindo de novo. Transformando riscos em possibilidades. Crises em oportunidades. Dificuldades em força”, dirá Biden, segundo prévia divulgada pela Casa Branca.

Como em um discurso tradicional de Estado da União (saiba mais a diferença no fim da reportagem), Biden fez um balanço dos 100 primeiros dias de governo. Logo ao abrir a prestação de contas, o presidente celebrou o rápido ritmo da vacinação, aberta a todos os maiores de 18 nos EUA — segundo o governo, 90% dos americanos têm um posto de vacina a até cerca de 8 km de casa.

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“Todos acima dos 16 anos, todos, podem se vacinar. Então vá tomar a vacina já”, pediu Biden.

Também citando as vacinas, Biden disse que tem se comprometido com o investimento governamental à ciência e acenou para os novos objetivos no espaço, como as idas à Lua e a Marte — algo que Trump vinha falando em seus discursos.

“Conquistas científicas nos levaram à Lua e, agora, a Marte. Descobriram vacinas, nos deram a internet e muito mais. Esses são investimentos que fizemos juntos, como um país, e que só o governo pode fazer”, afirmou.

Empregos, economia verde e impostos

  • Plano trilionário de empregos

Biden também falou sobre o plano trilionário de geração de empregos — o maior desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com o governo — como recuperação da forte crise econômica gerada pelo coronavírus.

Segundo o presidente, esses novos postos “pagarão bem”, estão em consonância com o combate às mudanças climáticas e fazem parte de um plano maior: “Compre [produtos] americanos”.

“Por muito tempo, fracassamos em usar a palavra mais importante quando se trata de combater as crise climática: empregos, empregos. Quando penso em mudanças climáticas, eu penso em empregos”, afirmou.

A fala direcionada à geração de empregos remonta a um tema da campanha eleitoral: Trump, que apresentava bons números do mercado de trabalho antes da pandemia, dizia que os projetos de Biden para o meio-ambiente pioraria o desemprego.

  • Competição com a China

Além disso, em um aceno ao eleitorado mais crítico à China como o trumpista, Biden admitiu que os EUA estão em uma “competição” com o país asiático para “vencer o Século XXI”. “Dinheiros de impostos dos americanos serão usados para comprar produtos americanos feitos nos EUA e que criam empregos nos EUA”, prometeu Biden.

“Não há razão para que pás de geradores eólicos não possam ser comprados em Pittsburgh em vez de Pequim.”

  • Sindicatos e acesso à saúde

Do outro lado, já em um aceno à parte mais à esquerda do Partido Democrata, o presidente elogiou os sindicatos, anunciou uma proposta de salário mínimo de US$ 15 por hora (equivalente hoje a R$ 80) E disse:

“Wall Street não construiu este país. A classe média construiu este país. E sindicatos construíram a classe média”.

Na mesma linha, Biden prometeu baixar os preços dos medicamentos por meio do Medicare — o programa de saúde nacional dos EUA — e expandir o acesso à saúde.

“Acesso à saúde deve ser um direito, não um privilégio nos EUA”, afirmou Biden.

  • Impostos

Esse tema também é sensível nos EUA porque a ala mais à direita do Partido Democrata e do Partido Republicano temem um aumento de impostos para que o governo consiga arcar com esses estímulos. O presidente, no entanto, prometeu que isso não será feito aos mais pobres — Biden disse que não aumentará a tributação aos americanos com renda inferior a US$ 400 mil por ano.

“É hora dos EUA das corporações e do 1% mais rico pagarem suas quantias justas. Só as quantias justas”, disse Biden, citando evasão fiscal a paraísos como Suíça, Bermudas e Ilhas Cayman.

“É hora de fazer a economia crescer de baixo para cima.”

Crise climática, China e ações militares

  • ‘Compromisso global’ e cobrança à China

Ao retomar o tema das mudanças climáticas, Biden afirmou que a luta contra os problemas decorrentes dessas transformações são “globais” e pediu ajuda de outros países: inclusive os rivais China e Rússia. Governos de diversos países participaram de uma Cúpula de Líderes sobre o Clima a convite do presidente americano na semana passada.

“O consenso é que, se agirmos, poderemos salvar o planeta — e criar milhões de empregos, crescimento econômico e oportunidades para melhorar o padrão de vida de todos no mundo”, disse Biden, novamente prometendo “beneficiar a classe média”. E, em seguida, ele voltou a cobrar a China.

“Isso quer dizer que vamos assegurar que todos os países joguem as mesmas regras na economia global, incluindo a China. Em minha discussão com o presidente Xi [Jinping], eu disse a ele que estamos abertos à competição e que não procuramos conflito”, afirmou.

“Mas eu deixei claro que vou defender interesses americanos”, acrescentou Biden.

Ao abordar a China, inclusive, Biden advertiu que vai manter a presença militar na região do Indo-Pacífico — onde há disputas territoriais entre chineses e países apoiados pelos EUA. O americano disse que não pretende iniciar um conflito, “mas prevenir um”.

  • Rússia, Irã e Coreia do Norte

Biden também subiu o tom sobre outro rival histórico dos EUA: a Rússia. Ele afirmou ter dito a Putin que a Casa Branca “não procura piora da crise, mas que ações têm consequências”, mencionando também os supostos ciber-ataques e tentativas de interferência nas eleições.

“Mas podemos cooperar quando for de nossos interesses mútuos”, ponderou, fazendo um aceno sobre clima e acordos nucleares.

“Sobre os programas nucleares de Irã e Coreia do Norte, que hoje se mostram como uma séria ameaça à segurança dos EUA e do mundo: trabalharemos com nossos aliados sobre essas ameaças com diplomacia”, competou.

Duas mulheres no comando do Congresso

Kamala Harris e Nancy Pelosi, respectivamente vice-presidente dos EUA e presidente da Câmara, se cumprimentam antes de discurso de Joe Biden no Congresso nesta quarta (28) — Foto: Jim Watson/Pool via Reuters
Kamala Harris e Nancy Pelosi, respectivamente vice-presidente dos EUA e presidente da Câmara, se cumprimentam antes de discurso de Joe Biden no Congresso nesta quarta (28) (Fotos: Reprodução)

O pronunciamento marca também a primeira vez que um presidente dos Estados Unidos falará diante de duas mulheres em uma sessão conjunta: a vice, Kamala Harris, e a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, estarão imediatamente atrás do democrata, nas cadeiras dos chefes das duas casas. Ao abrir o discurso, Biden aplaudiu as duas.

Pelosi já presidia as sessões conjuntas desde 2019, quando assumiu a presidência da Câmara após o Partido Democrata assumir a maioria dos assentos. O representante do Senado, até 20 de janeiro, era o vice-presidente Mike Pence — nos EUA, o vice-presidente é o chefe do Senado.

Não é Estado da União

Embora tenha semelhanças, o discurso de estreia de Biden ao Congresso em sessão conjunta desta noite não é um pronunciamento sobre o Estado da União. Geralmente, esse tipo de evento ocorre logo no começo do ano e traz um balanço do governo. No ano passado, ano eleitoral, Trump celebrou as altas nos empregos momentos antes de a pandemia se agravar no país.

Por causa da pandemia, o discurso desta quarta foi feito com um número reduzido de pessoas no Congresso. Nesta semana, com o avanço da vacinação, os EUA revisaram as diretrizes sobre o uso de máscara, com flexibilizações para quem completou a vacinação.

Fonte: G1

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