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A bebê da jovem Gabrielly Gonçalves da Costa, que morreu horas após o parto no dia 10 de março em um hospital particular de São Roque (SP), não resistiu e morreu na quinta-feira (4) após 25 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal. A informação foi confirmada pela família nesta sexta (5).
Quando Gabrielly morreu, a família registrou um boletim de ocorrência contra o hospital e alegou negligência por parte da equipe médica. Na época, a unidade de saúde informou que abriria uma sindicância para apurar o caso.
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Após a morte da bebê, a família registrou uma nova queixa na delegacia da cidade. No documento, a família contou que foi informada pelo hospital de que a bebê não havia resistido e que os aparelhos seriam desligados.
De acordo com a avó da menina, o parto da criança teve complicações e ela chegou a ficar 15 minutos sem respirar. Após ser reanimada, a bebê foi levada para a UTI neonatal, onde precisou ser entubada.
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O sepultamento da criança ocorrerá na manhã deste sábado (6), no Cemitério da Paz, em São Roque.
A família diz que desde a morte de Gabrielly, não recebeu nenhum contato do hospital para informar o que ocorreu. A reportagem solicitou um posicionamento a respeito do caso, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.
Em nota, a Unimed São Roque lamentou a morte de mãe e filha e disse que se solidariza com familiares e amigos. A unidade apura o ocorrido e “adotará as medidas cabíveis após efetivas conclusões”.
Morte de Gabrielly
Conforme o boletim de ocorrência, Gabriely Gonçalves da Costa, de 22 anos, foi internada no hospital na manhã de domingo e passou por um procedimento de indução do parto. Após exames iniciais, a família diz que os médicos saíram para almoçar e a jovem ficou sem qualquer tipo de assistência médica.
Ainda pela tarde, a jovem entrou em trabalho de parto e, após quase duas horas, foi levada para o centro cirúrgico. A família relatou à polícia que o parto foi feito sem a presença de um anestesista, que teria se atrasado para o procedimento.
De acordo com os familiares, a gravidez não era de risco, mas o parto teve complicações e a criança chegou a ficar 15 minutos sem respirar. Após ser reanimada, a bebê foi levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, onde precisou ser entubada.
Vinte minutos após retornar ao quarto, Gabriely ficou pálida e sofria com sangramentos excessivos. Por isso, acionou a equipe de enfermagem, que, de acordo com a família, também demorou para atender à solicitação.
Quatro médicos se alternaram para atender à paciente e, de acordo com o registro policial, os profissionais eram questionados a respeito do sangramento de Gabriely. Conforme os familiares, todos respondiam que tratava-se de algo normal após o procedimento de parto.
“A menina estava passando mal, toda hora chamando o médico, aí resolveram levar para uma outra sala, ela já estava com um pouco de hemorragia […] Estava sangrando ainda, eles simplesmente falaram que era como se ela estivesse em choque, devido ao que ela tinha visto na sala do centro cirúrgico, sendo que na realidade não foi isso”, relatou a mãe da jovem, Maria Conceição Gonçalves.
Gabriely foi medicada e precisou receber transfusão de sangue. Por volta das 20h, o médico teria dito que ela não corria risco de vida, mas a levou para o centro cirúrgico para realizar a curetagem, que funciona como uma raspagem interna do útero para retirada de restos de placenta ou do tecido que reveste o órgão.
Após um tempo, a família de Gabriely foi informada de que ela havia morrido. Eles alegam que a jovem teve o útero perfurado e acusam o hospital de negligência médica.
“Minha menina deu entrada perfeita no hospital, ela estava bem. A gente sabe que foi negligência médica. Ela entrou para ter a filha e saiu morta”, lamenta a mãe, emocionada.
O corpo de Gabriely foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Sorocaba (SP), onde passou por exames. O laudo com a causa da morte deve sair em 30 dias. O corpo da jovem foi sepultado na terça-feira (12). O caso foi registrado como morte suspeita na delegacia de São Roque.
Segundo a mãe de Gabriely, o bebê corre risco de vida e, caso sobreviva, ficará com sequelas permanentes.
Em nota enviada na época da morte da mãe, a Unimed São Roque lamentou a morte da jovem e informou que abrirá uma sindicância para apurar o caso. Confira a nota na íntegra:
“A Unimed São Roque lamenta o falecimento de Gabriely Gonçalves da Costa e se solidariza com familiares e amigos, colocando-se à disposição para todo apoio nesse momento. Informa, ainda, que está apurando os fatos, mediante abertura de sindicância, e adotará as medidas cabíveis após efetivas conclusões.”
Fonte: G1