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Dois médicos da Santa Casa de Casa Branca (SP) foram afastados, na manhã desta quinta-feira (14), após a morte de um bebê de 1 ano, na manhã de terça (12).
O atestado de óbito de Miguel Henrique Nogueira Braga indicou sepse (infecção generalizada) e pneumonia como causas da morte. A criança chegou a ser liberada duas vezes após atendimentos.
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O hospital lamentou a morte e informou que apura a conduta dos profissionais, que não tiveram nomes divulgados. A família ainda não registrou o boletim de ocorrência do caso, que deve ser feito nesta quinta-feira. O corpo do menino foi enterrado na quarta-feira (13).
Inquérito Policial
A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar as circunstâncias da morte do pequeno Miguel.
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“Em razão da criança ter sido levada três vezes ao pronto atendimento e ter sido liberada, existe uma dúvida em relação a uma eventual omissão médica. A gente encaminhou ao Sistema de Verificação de Óbito (SVO) para descartar qualquer outra causa mortis e vamos comparar o atestado fornecido pela Santa Casa com o laudo do SVO”, explicou o delegado de Casa Branca, Wanderley Fernandes Martins Júnior.
De acordo com o delegado, o laudo do SVO deve ficar pronto em até 30 dias.
Atendimentos e liberações
Um tio da criança disse que a família levou a criança pela primeira vez ao hospital na sexta-feira (8). O menino foi internado e uma médica da instituição receitou dipirona. Em seguida, a criança foi liberada.
No domingo (10), a família retornou ao hospital com o menino, que foi atendido novamente pela médica, que informou que a criança já havia sido medicada e deveria voltar para casa.
Apesar do medicamento, a criança piorou, e a família a levou a um médico particular da cidade, que solicitou com urgência a internação do menino, por causa do início do quadro de pneumonia e derrame pulmonar.
O médico escreveu uma carta solicitando a transferência e internação da criança. Com o documento, a família retornou à Santa Casa na segunda-feira (11).
Ao chegar ao hospital, a recepcionista informou que não poderia dar continuidade à internação, pois o documento era de um médico particular. Para internar um paciente, era preciso que um médico residente do hospital pedisse a internação da criança, mas não havia profissional no local.
O bebê chegou a ser internado no começo da tarde de segunda (11) e faleceu no início da manhã de terça (12).
Os médicos em questão eram plantonistas, sendo que um deles estava de sobreaviso e tinha formação na área de clínica médica em pediatria.
O que diz a Santa Casa de Casa Branca?
De acordo com a gestora da Santa Casa, Raquel Piovesan Paiva, o hospital abriu uma sindicância interna para avaliar o caso em questão.
Os procedimentos são realizados pelo setor jurídico do hospital e o afastamento dos dois médicos é por tempo indeterminado.
“A sindicância vai ouvir todos os médicos e a equipe que estava no plantão do dia do ocorrido. Três profissionais vão avaliar os documentos, desde a ficha de entrada do primeiro atendimento até o prontuário de internação”, disse.
Veja a nota da Santa Casa na íntegra:
A Santa Casa lamenta profundamente a fatalidade. Reforça que já abriu sindicância para analisar s condutas e procedimentos médicos nesse caso, para que assim, possa avaliar os fatos com clareza. Reforça também que os médicos envolvidos já foram afastados por conta dessa investigação.
A gestão do hospital se mantém à disposição para total transparência da situação.
Fonte: G1