23 de novembro, 2024

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Bauru: Novo centro que ‘patrulha’ meteoros no interior de SP registra ‘por sorte’ corpo celeste visto em MG; Veja

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A nova unidade de “patrulhamento” de meteoros inaugurada na semana passada no Observatório Didático de Astronomia (ODA) da Unesp de Bauru (SP) registrou “por sorte”, no fim da noite de sexta-feira (14), a entrada de um meteoro na atmosfera terrestre, vista principalmente nos céus de Minas Gerais.

Segundo o coordenador do observatório do interior de SP, Rodolfo Langhi, o registro feito pelo recém-inaugurado posto de patrulhamento de meteoros foi um “golpe de sorte”, pois a unidade local conta com apenas uma câmera, que está apontada justamente para a direção norte-nordeste, posição cardeal em relação a Bauru, onde o evento foi registrado. 

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Segundo Langhi, os dados coletados pela unidade local, que integra a Brazilian Meteor Observation Network (Bramon) ou Rede Brasileira de Observação de Meteoros, vão ajudar na definição do local da possível queda de restos do meteoro.

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“Nossa imagem e dados sobre esse evento vão se juntar às informações de outras estações da rede da Bramon, que vai triangular todas as informações para localizar o possível local da queda, para que seja possível ser feita a coleta de restos para estudos. Esses dados e imagens também poderão indicar outras informações cientificamente importantes, como a velocidade com que o corpo entrou na atmosfera”, explica Langhi.

Imagem feita em Bauru será triangulada com diversos registro feitos pela rede da Bramon, como a da estação em Patos de Minas (foto) — Foto: Rede Bramon/Divulgação
Imagem feita em Bauru será triangulada com diversos registro feitos pela rede da Bramon, como a da estação em Patos de Minas (foto) — Foto: Rede Bramon/Divulgação

O coordenador do ODA explica que o meteoro registrado na sexta-feira entra na classificação de “bólido”, e tem como característica ser um corpo extremamente brilhante, diferente da grande maioria dos corpos que entram na atmosfera da Terra, que têm luminosidade bem menor e que, por isso, são chamados de “estrelas cadentes”.

“Já temos relato, inclusive, da ocorrência de sonorização da entrada desse bólido, que, ao entrar na atmosfera, explode, atinge temperaturas de dois mil a três mil graus centígrados, e vai se despedaçando. A rede ainda faz cálculos para se e onde caíram restos”, diz Langhi.

Observatório da Unesp-Bauru começou a 'patrulhar' meteoros e registrou primeira imagem no mesmo dia — Foto: Observatório de Astronomia da Unesp-Bauru/Divulgação
Observatório da Unesp-Bauru começou a ‘patrulhar’ meteoros e registrou primeira imagem no mesmo dia — Foto: Observatório de Astronomia da Unesp-Bauru/Divulgação

O registro do meteoro foi feito pela estação de Bauru às 20h53 (horário de Brasília), mas imagens divulgadas pela rede da Bramon registram na tela o horário de 23h53.

A explicação é porque a rede Bramon adota o horário padrão UTC (Universal Time), ou horário de Greenwich, para não gerar conflito com horas diferentes devido aos fusos horários de cada estação. O horário de Brasília está três horas atrás do padrão UTC.

Rio Preto

Em São José do Rio Preto (SP), Davi Barbosa, morador do bairro Vila Verde, conseguiu um registro do momento em que aconteceu a entrada do meteoro. As imagens são do circuito de segurança da casa dele.

A reportagem entrou em contato com a Rede de Monitoramento de Meteoros, e Renato Poltronieri, diretor da Bramon, também confirmou a passagem do meteoro pela região noroeste de SP.

Poltronieri confirmou ainda que as câmeras da rede Bramon registraram o evento em Nhandeara (SP), Bauru e até na região de Minas Gerais.

Projeto ‘Patricia’

O projeto instalado no observatório de Bauru é intitulado “Patricia” (Patrulhamento Investigativo do Céu por Imageamento Automático de Meteoros) e conta com alunas bolsistas e voluntárias de iniciação científica que fazem parte da equipe do observatório.

As alunas Helena Ferreira Carrara e Tainá Bueno de Andrade deverão ser treinadas e receber formação específica para realizar as análises das imagens capturadas dos meteoros com a nova câmera da estação recém-inaugurada.

“A importância desse tipo de equipamento é porque a posição de Bauru é privilegiada no sentido de poder trocar imagens com outras estações localizadas em vários pontos do estado e do Brasil. Esse tipo de monitoramento de meteoros fica mais preciso quanto mais câmeras houver espalhadas. E a nossa região estava carente de um ponto de monitoramento”, explica Rodolfo Langhi.

O patrulhamento dos meteoros pelo projeto “Patricia” acontece com câmeras que funcionam automaticamente, com a ajuda de um software específico, na captura de imagens e vídeos destes fenômenos durante a noite. A rede da Bramon conta atualmente com 93 estações em 20 estados.

No dia em que foi inaugurada, unidade instalada na Unesp-Bauru registrou seu primeiro meteoro — Foto: Observatório de Astronomia da Unesp-Bauru
No dia em que foi inaugurada, unidade instalada na Unesp-Bauru registrou seu primeiro meteoro — Foto: Observatório de Astronomia da Unesp-Bauru

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