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A Prefeitura de Bauru está analisando a possibilidade de retomar as aulas presenciais no ensino médio e em escolas técnicas de Bauru. A informação foi confirmada pelo secretário municipal de Saúde, Sérgio Henrique Antonio, que se reuniu, na última segunda-feira (10), com representantes de escolas privadas e pais de alunos.
De acordo com ele, o retorno às aulas ainda está sendo discutido junto aos membros do Comitê Gestor de Enfrentamento à Covid-19. Porém, a proposta é de que ocorra de forma escalonada, inicialmente para o ensino médio e escolas técnicas tanto da rede particular quanto da rede pública de ensino.
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Questionado sobre o prazo para uma possível reabertura ainda neste ano, o secretário se limitou a responder que a decisão dependerá da evolução do quadro epidemiológico do município, que é avaliado semanalmente. Vale destacar que, na última semana, conforme o JC publicou, a média de novos casos de Covid-19 em Bauru foi a menor registrada nos últimos cinco meses.
Ainda no início de outubro, o prefeito Clodoaldo Gazzetta havia anunciado que as aulas presenciais na rede municipal, estadual e privada só seriam retomadas em 2021. A reavaliação anunciada agora pela secretaria ocorre em meio à forte pressão de donos de escolas particulares e de uma parcela de pais de alunos, que reivindicam o retorno das aulas, ainda que com percentual limitado de estudantes.
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PREJUÍZOS
Desde 22 de setembro, as unidades da rede privada estão autorizadas apenas a oferecer aulas de reforço e atividades de acolhimento para alunos acima de 4 anos. Já na rede pública, as instituições seguem fechadas desde o início da pandemia.
Uma das organizadoras do Movimento Volta às Aulas Já, formado por pais de alunos de escolas particulares, Ana Flávia Vasques dos Santos Barbagalo afirma que os quase oito meses de paralisação não provocaram somente prejuízos para as instituições de ensino, mas também danos emocionais às crianças e adolescentes. Ela cita, ainda, que entidades como a Sociedade Brasileira de Pediatria e o Conselho Estadual de Educação já se manifestaram favoráveis ao retorno das atividades presenciais nas escolas.
“As crianças estão vendo tudo funcionando na cidade e não entendem por que tudo é prioridade, menos a escola. E, depois de tanto tempo de ensino online, elas foram ficando desmotivadas. O interesse e o empenho para estudar não são mais os mesmos, até porque elas não têm perspectiva de quando a pandemia irá acabar”, analisa.
SEGURANÇA
Ainda de acordo com Ana Flávia, em razão do tempo transcorrido, muitos estudantes estão perdendo o referencial sobre o quanto a escola é importante para a socialização e formação dos indivíduos. “Alguns pais relatam que os filhos já estão questionando a necessidade de ir para a escola daqui em diante”, acrescenta.
E o diretor regional do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), Gerson Trevizani Filho, assegura que as instituições particulares estão preparadas para voltar a receber os alunos, dentro de todos os protocolo de biossegurança estabelecidos pelo município.
“Além disso, as crianças estão muito conscientes, disciplinadas em relação ao uso de máscara e álcool em gel, mais até do que os adultos que a gente vê nas ruas. Desde que as aulas de reforço foram autorizadas, há cerca de 50 dias, não tivemos nenhum caso de contaminação dentro das escolas. É um contrassenso não permitir a reabertura, mas dar esta autorização para o resto da cidade”, reclama.