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Na Inglaterra, um livro que não era aberto há dois séculos guardava mais do que a rotina de um navio negreiro francês em suas páginas. Pesquisadores que foram analisar o material nos últimos dias encontraram uma barata morta do século XVIII. “Quando o livro ficou fechado criou um microclima que era perfeito para preservação”, afirmou Oliver Finnegan, especialista do Arquivo Nacional que descobriu o inseto.
A barata mumificada foi descoberta pelo pesquisador em um lote de documentos que vão ser digitalizados e incluem cartas não entregues, diários de bordo e contas confiscadas de 35 mil navios usados durante 14 guerras entre 1652 e 1817. “Abri o livro e vi esse enorme inseto. Foi um momento de arrepiar a pele por ter sido tão inesperado. É maior do que parece nas fotos. Esses papéis de navios provavelmente não foram abertos ou examinados desde meados do século 18″, afirmou Finnegan ao The Guardian.
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A especialista consultou então diversos entomologistas, que determinaram que se trata de uma barata americana (Periplaneta americana), também conhecida como barata de navio, nativa da África e levada para as Américas em navios de tráfico de escravos. O inseto é pouco comum no Reino Unido. Segundo os pesquisadores, essa jornada provavelmente começou a bordo de um navio negreiro que partiu em 1743 de La Rochelle, na França, para a costa da Guiné. Mais tarde, essa tripulação embarcou em um outro navio no Haiti de volta para a França, levando o livro (e a barata) com eles. Antes de chegar ao território francês, corsários britânicos apreenderam o navio durante a guerra da sucessão austríaca e enviaram o barco para Plymouth.
O corpo da barata estava tão conservado dentro do livro que os cientistas conseguiram inclusive descobrir o seu sexo: masculino. O inseto foi apelidado de Peri e já se encontra preservado novamente, desta vez, dentro de uma caixa do Arquivo Nacional.
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Fonte: Um Só Planeta