06 maio, 2024

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Bando que dava golpes milionários pode ter feito mais de 100 vítimas em Botucatu e cidades da região

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Seis pessoas, incluindo quatro moradores de Bauru, foram presas ontem em operação desencadeada pela Polícia Civil de Botucatu em conjunto com a Polícia Militar de Bauru. Elas integravam uma quadrilha que montava empresas de fachada para aplicar golpes.

Até ontem, 25 vítimas já haviam sido identificadas, mas a polícia acredita que o número de pessoas lesadas possa passar de 100. Segundo apontaram as investigações, o grupo de estelionatários agia em todo o Estado e tinha como meta faturar R$ 2 milhões por mês.

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Ao todo, seis dos dez suspeitos já identificados foram presos na manhã de ontem. Rafael Sampaio Curaça, 29 anos, Paulo César Guimarães, 36 anos, Fernando Henrique Felipe, 44 anos, e Jeferson Augusto da Silva, 43 anos, eram moradores de Bauru.

Já Jairo Oriel Monteiro, 40 anos, residia em Ourinhos, e Edson Roberto de Oliveira, 50 anos, em Reginópolis. Outros cinco homens, cujos nomes não foram revelados pela polícia, seguem foragidos.

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O delegado assistente da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Botucatu Geraldo Franco explica que, por empresas de fachada, a quadrilha locava ou comprava equipamentos diversos, incluindo máquinas pesadas como escavadeiras e empilhadeiras, mas o pagamento não era realizado.

Em seguida, os produtos eram revendidos ou relocados para terceiros. “Com o compromisso de pagamento futuro, em parcelas para 30, 60, 90 dias, eles recebiam estas máquinas na empresa de fachada, que tinha as atividades encerradas na sequência”, pontua.

De acordo com o delegado, os estabelecimentos funcionavam durante curtos períodos, de cerca de um mês, justamente para que os estelionatários pudessem fugir com as mercadorias antes do vencimento do prazo de pagamento dos boletos. Ontem, quando foram flagrados, os criminosos mantinham uma empresa no Jardim Flórida, em Bauru, chamada Peixoto Engenharia. Antes, atuaram com um estabelecimento denominado Caezar Estruturas Metálicas, Materiais de Construção e Terraplanagem, em Lençóis Paulista, que já havia sido desativado.

“As negociações eram feitas por telefone e e-mail. A empresa que fazia locações ou vendas entregava os materiais, mas sem haver contato pessoal  com os negociadores”, aponta o agente policial da DIG de Botucatu, Marcos Franco. 

Diversificado

De acordo com o tenente Vinícius Sayki, da PM de Bauru, além de maquinários, o grupo se apropriava e comercializava geladeiras, frigobares, tapetes, cadeiras e mesas de plástico, pneus, cubas de pias, telhas, tijolos, cimento e tintas, entre outros produtos. “Os receptadores, possivelmente, sabiam da origem ilícita deste material, já que compravam por um preço muito mais barato do que o de mercado e sem nota fiscal”, avalia.

Diversos produtos foram apreendidos, incluindo aparelhos de ar condicionado, dois tratores e uma motocicleta 700 cilindradas, localizados em empresa da Quinta da Bela Olinda que, embora regularizada, também é investigada de integrar do esquema.

Por um triz

Por muito pouco, uma empresa de Santo André não entra para a lista de vítimas. Por volta do meio-dia de ontem, um funcionário viajou para Bauru para fazer a entrega de duas televisões e dois notebooks. Os aparelhos seriam deixados em um endereço no Jardim Flórida. Quando o motorista chegou, veio a surpresa. Ele se deparou com os policiais e ficou sabendo que o local era uma empresa de fachada do bando. 

Armas

Além dos mandados de prisão temporária e de prisões em flagrante, as polícias Civil e Militar cumpriram aproximadamente dez mandados de busca e apreensão, de 12 expedidos pela Justiça. Na residência de Rafael Curaça, no Jardim Olímpico, foi recolhido um revólver calibre 38 com numeração suprimida e, na casa de Fernando Felipe, no Vale do Igapó, uma pistola calibre 380 com registro vencido. Ambas as armas estavam municiadas.

Advogado de defesa de Fernando, Jeferson da Silva e Paulo Guimarães, Hudson Chaves nega o envolvimento dos três na quadrilha. O advogado que representa Rafael Curaça, Márcio Gomes Lazarim, afirma que irá tomar conhecimento dos fatos hoje, quando seu cliente será ouvido na Polícia Civil de Botucatu.

“Iremos analisar os motivos que levaram à polícia pedir a prisão temporária dele”, aponta. Em relação ao revólver calibre 38 apreendido com Rafael, o advogado afirma que seu cliente alega que a numeração da arma não estava suprimida. “Será realizada uma perícia para saber quando essa numeração foi raspada. O Rafael afirma que não estava”, pontua.

A reportagem não conseguiu localizar os advogados dos demais acusados. A exceção de Jefferson, que não tinha mandado de prisão expedido previamente e era funcionário da empresa do Jardim Flórida, todos seriam encaminhados à Cadeia Pública de Itatinga.

Investigações começaram há 3 meses

As investigações que levaram à desarticulação da quadrilha tiveram início há três meses. Segundo o agente policial Marcos Franco, a apuração teve origem com o registro de um boletim de ocorrência (BO) registrado em Botucatu.

“O proprietário de uma máquina de grande porte prestou queixa no final de abril sobre o desaparecimento do equipamento, que ele tinha locado para uma empresa às margens da rodovia Marechal Rondon, na área de Botucatu. Ele chegou a iniciar algumas apurações por conta própria e entramos no caso, cruzando dados até chegar à identidade dos integrantes da quadrilha”, pontua.

Não sabe, ainda, há quanto tempo o grupo estava agindo no Estado, nem o valor que faturaram e a dimensão total do prejuízo que causaram às vítimas. As investigações prosseguem para tentar detectar a participação de outros membros do bando e, também, dos receptadores que possam ter feito parte do esquema.

Fonte: JCnet

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