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Uma mulher morreu após passar por um procedimento estético na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Identificada como Lilian Calixto (foto), de 46 anos, a bancária saiu de Cuiabá, no Mato Grosso, para um procedimento estético nos glúteos. Após a intervenção plástica, de acordo com a família da vítima, a mulher passou mal e precisou ser atendida em um hospital Barra D’or, também na Zona Oeste do Rio, mas não resistiu.
De acordo com o enteado da paciente, ela não foi atendida em uma clínica para realizar o procedimento, mas em uma cobertura na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Lá, ela foi recebida pelo médico. A consulta teria acontecido por volta das 22h do último sábado. Segundo a Polícia Civil, foi identificado como Denis Cesar Barros Furtado, de 45 anos — bastante conhecido nas redes sociais como “Doutor Bumbum”. O próprio médico levou Lilian até o hospital.
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A direção do Barra D’or, por meio de nota, informou que a paciente deu entrada na unidade por volta das 23h do último sábado, em quadro “extremamente grave, não responsivo às manobras”. O registro da morte de Lilian, ainda de acordo com a unidade aconteceu, a 1h do domingo.
— Ela conheceu o médico por indicação. As amigas fizeram, gostaram e indicaram. Ele é um médico muito famoso, o procedimento foi feito no apartamento dele na Barra e teve uma complicação — relatou o enteado de Lilian, Alessandro Jambert.
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Parentes estiveram na delegacia, onde prestaram depoimentos. O corpo da mulher será levado para Cuiabá, cidade em que a bancária morava.
Após ouvir os relatos dos parentes, a reportagem tentou entrar em contato com o médico citado pela família da vítima: mensagens foram enviadas através de redes sociais, como o Facebook e o Instagram. Além disso, a reportagem ligou para o contato disponibilizado pelo próprio médico em suas redes.
Num desses contatos, uma secretária do médico atendeu o telefone e, após concordar que “os dois lados da hisótria tinham que ser ouvidos”, ela disponibizou o número dele. Denis, por sua vez, não atendeu as ligações , nem respondeu às mensagens de Whatsapp enviadas.
Segundo o viúvo Osmar Jamberci, a esposa voltaria para Cuiabá no mesmo dia. Ela disse à família que colocaria um chip por conta da menopausa.
— Ela veio sábado de manhã para voltar à noite, era um bate-volta. Disse pra família que iria colocar um chip por conta da menopausa. Às 8h30 de domingo, esse médico me ligou dizendo que tinha havido uma complicação e que precisavam de alguém para liberar o corpo. Foi a única vez que falei com ele, desde então não apareceu mais — disse Osmar, que tinha uma filha de 13 com Lilian e estava casado há duas décadas. A mulher também tinha um filho de 23 de um relacionamento anterior.
Uma amiga, que pediu para não ser identificada, falou das características da bancária. — era muito meticulosa, cuidadosa. Organizada mesmo. Não era atirada, de fazer as coisas de qualquer jeito. A gente acredita que esse pessoal de alguma forma ludibriava essas mulheres.
Na cobertura, a polícia encontrou seringas, luvas e uma maca. Além disso, havia uma Pajero preta na garagem com remédios e outros itens similares utilizados em procedimentos estéticos. O veículo seria utilizado para trazer o material de Brasília, onde ele também operava, para o Rio.
O médico teria feito uso de PMMA no procedimento da bancária. É uma sigla para polimetilmetacrilato, material parecido com plástico, composto por microesferas e utilizado para fazer preenchimentos corporais e faciais. O produto é aprovado pelo Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas o uso da substância é indicado para situações pontuais e em pequenas quantidades.
O PMMA foi uma das substâncias utilizadas para fazer preenchimentos nas coxas da modelo Andressa Urach, internada em 2014 após uma infecção causada pelo procedimento estético.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informou que já abriu uma sindicância para apurar os fatos relacionados a esse caso. Todas as sindicâncias abertas pelo Cremerj correm em sigilo de acordo com o Código de Processo Ético Profissional.
De acordo com a Polícia Civil, a investigação está sob sigilo na 16ª DP (Barra da Tijuca).
Fonte: Extra