Avó procura neto de 3 anos, desaparecido desde o assassinato da mãe dele em Ribeirão Preto

Em luto pela morte da filha Regiane Carneiro de Moura Silva, assassinada em Ribeirão Preto (SP), a dona de casa Maria Carneiro de Moura Silva vive a angústia de encontrar o neto de três anos, desaparecido desde o crime no domingo (15).

O genro dela, Ivan Nogueira, é considerado o principal suspeito do homicídio e, segundo o boletim de ocorrência, a família acredita que ele tenha fugido com o filho de carro após matar a companheira.

“Eu quero Justiça e eu quero meu neto. Um monstro desse não pode ficar com a criança de três anos”, diz Maria.

Maria esteve nesta terça-feira (17) na Defensoria Pública de Ribeirão Preto para buscar ajuda para dar entrada no pedido da guarda do neto à Justiça.

“Ele é uma lembrança da minha filha que eu vou ter (…) eu quero o meu neto. O sofrimento e a dor estão demais e eu não vou ter ela de volta. É uma dor que não tem remédio para curar, ele tirou um pedaço do meu corpo.”

A esperança dela é que o genro se apresente à Polícia Civil e entregue a criança às autoridades.

O caso é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Até a última atualização desta matéria, o suspeito e o filho não tinham sido localizados.

Morte

Regiane tinha 26 anos e trabalhava como manicure. No domingo, o sogro dela, vizinho à residência no casal no Jardim Jóquei Clube, ouviu barulhos vindos do imóvel. Ao verificar, encontrou a nora morta na sala. Ivan e o filho tinham desaparecido assim como o carro dele.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado, mas a morte de Regiane foi constatada no local, possivelmente por esganadura. Segundo o boletim de ocorrência, ela tinha hematomas no pescoço e segurava uma faca com a mão esquerda.

Após o crime, a Polícia Militar emitiu um alerta para a placa do veículo do suspeito, um Toyota Corolla, e o carro foi identificado pelo sistema Detecta trafegando pela Rodovia Atílio Balbo (SP-322), nas proximidades de Sertãozinho (SP). Porém, durante buscas, não foi localizado.

Separações, voltas e ameaças

A mãe de Regiane afirma que o casal se conheceu há cerca de oito anos, mas que a relação sempre foi conturbada, marcada por brigas, separações, voltas, agressões e ameaças contra a filha.

Maria diz que por várias vezes foi à delegacia com a filha para registrar boletim de ocorrência contra Ivan, mas Regiane acabava cedendo às promessas do companheiro de que mudaria o comportamento. A Justiça já havia concedido uma medida protetiva à jovem contra o companheiro. Apesar disso, eles tinham reatado há cerca de três meses.

“Era perturbado [o relacionamento], era briga todo dia. O que eu pude fazer para resgatar ela dele eu fiz. Derramei sangue para tirar ele da vida dela, mas não teve jeito. Nós fizemos boletim de ocorrência, inclusive ela voltou lá com ele [na polícia] e tentou tirar a queixa, mas eles não conseguiram tirar”, diz a mãe da vítima.

Fonte: G1