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Considerada como uma das técnicas artísticas mais desafiadoras, o hiper-realismo impressiona pela retratação fiel de objetos e figuras reais. Não é à toa que alguns artistas dedicam anos de profissão para aprimorar a técnica. Apesar disso, mesmo distantes das escolas de artes, um motoboy de Pilar do Sul (SP) tem chamado a atenção ao reproduzir a técnica com canetas esferográficas.
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Autodidata, João Marcos Brisola tem ganhado reconhecimento por meio da reprodução de figuras de artistas, atletas e de moradores da cidade onde vive, que tem uma população estimada em 29 mil.
O artista afirmou que todo o conhecimento em hiper-realismo foi obtido por meio de vídeos na internet. Técnica que ele passou a admirar há quase cinco anos. Antes disso, João era apaixonado por carros e animações.
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“Ah, eu já conseguia fazer algumas ilustrações, mas não tinha muita habilidade. O início foi difícil. Ninguém botava fé, mas eu superei isso e acabei me inspirando em outros artistas, como o DeMoose. Acho que não tem segredo. A resposta é treinar, estudar e fazer”, contou o artista, que também trabalha como entregador de lanches para aumentar a renda.
O artista explica que o uso de canetas esferográficas nos retratos foi algo orgânico, que surgiu durante a atividade como motoboy.
“Durante os intervalos de uma entrega para outra, pegava as fichinhas e começava a desenhar. Mas só tinha caneta. Foi quando passei a focar nisso. Acho que já tenho mais de 800 ilustrações feitas com caneta esferográfica. Acaba sendo mais complexo. Qualquer errinho afeta o resultado”, explicou o artista, que ressaltou a dificuldade em adquirir canetas coloridas para reproduzir tons de pele.
Ilustrações feitas com canetas esferográficas são especialidade de motoboy em Pilar do Sul — Foto: Marcos Brisola/ Arquivo Pessoal
Ainda sobre a conciliação entre carreiras, João explicou que sonha em viver apenas da arte, mas que considera a decisão arriscada diante da desvalorização com a classe artística. Por isso, além de produzir retratos, ele planeja dar aulas.
“Viver da arte é muito difícil. As pessoas querem reduzir o seu trabalho. Pagar menos. Já levei até calote. Dependendo do trabalho, são quase sete dias pra concluir, mas muita gente não dá valor. Queria muito viver só da arte, mesmo sendo como professor”, completou o artista.
Motoboy faz sucesso com ilustrações hiper-realistas em Pilar do Sul — Foto: Marcos Brisola/ Arquivo Pessoal
G1