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Botucatu está abaixo da média estadual na taxa de homicídios, aponta a nova edição do Atlas da Violência, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), entidade vinculada ao Ministério da Economia, e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lançado no início de agosto e que contempla um panorama sobre a mortalidade por causas violentas no ano de 2017.
O estudo abrangeu 310 municípios com população acima de 100 mil habitantes, de todas as regiões brasileiras, incluindo capitais, a fim de promover um recorte regionalizado da violência no país. Na metodologia estavam critérios como análise em registros nos sistemas das Secretarias de Segurança Pública. Os números de óbitos são contabilizados a partir da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) como eventos que envolvem agressões e óbitos.
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Das vinte cidades com mais casos de assassinatos no país, dezoito estão na regiões Norte e Nordeste, enquanto que São Paulo tem catorze dos vinte municípios menos violentos. Com isso, a média paulista é de 14,3 homicídios para 100 mil habitantes.
Com população estimada superior a 140 mil habitantes, Botucatu teve, em 2017, nove homicídios registrados e sete ocultos, sendo óbitos classificados como “causa indeterminada”. Isso proporcionou taxa estimada de 11,2 homicídios registrada pelo Atlas da Violência.
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O desempenho coloca Botucatu em 34º lugar no Estado, com dados melhores em segurança pública à frente de municípios como Bauru (com média de 11,7 com 42 homicídios registrados), Piracicaba (média de 11,3 com 31 homicídios), Itapetininga (média de 15,9 com 15 homicídios). No entanto, fica atrás de Jaú, considerada a cidade menos violenta do País, que teve taxa de 2,7 com 4 homicídios; Marília (taxa de 11 homicídios por 100 mil habitantes), Santos (7,8), entre outros.
Segundo a base de dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), Botucatu teve em 2017 cinco homicídios dolosos – quando há a intenção -, 1.129 furtos, 60 roubos e 35 furtos e roubos de veículos. Foram 413 prisões efetuadas, 209 ocorrências de tráfico de entorpecentes e 30 apreensões de armas de fogo no município neste período.
Pela análise do Ipea e Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os números permitem identificar que as cidades mais violentas e menos violentas apresentam também grande diferença entre os índices de desenvolvimento humano.
Nas cidades menos violentas, os indicadores de desenvolvimento humano são mais parecidos com os países desenvolvidos.
Ainda conforme o estudo, as diminuições consistentes dos índices de homicídios em vários estados sugerem a favor da efetividade da combinação de efeitos gerais – mudança no regime demográfico e ações como investimentos em segurança pública, além da mudança em legislação, como a implantação do Estatuto do Desarmamento. “Existem diferenças abissais entre as condições de desenvolvimento humano nos municípios mais e menos violentos, o que ilustra e reforça o achado de inúmeros estudos que mostram a importância de investir em nossas crianças hoje para que elas não sejam os criminosos de amanhã”, salienta Daniel Cerqueira, coordenador geral do Estudo.
Jornal Leia Notícias por Flávio Fogueral