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O atirador que matou 58 pessoas e deixou mais de 500 feridas em Las Vegas na noite de domingo tinha instalado câmeras de vídeo dentro e fora do quarto de hotel de onde disparou contra a multidão que assistia a um festival de música country. Duas câmeras foram colocadas no corredor e uma no olho mágico da porta do quarto, para que ele pudesse monitorar quando a polícia se aproximasse.
Em uma coletiva na noite desta terça (3), o número de vítimas foi revisado, e a polícia explicou que a morte de Paddock foi contada como a 59ª. Portanto, o número anteriormente divulgado, de 59 vítimas, foi reduzido para 58.
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Segundo a polícia de Las Vegas, Stephen Paddock atirou por um período de nove a 11 minutos: a polícia recebeu um primeiro chamado às 22h08 e os últimos tiros foram disparados às 22h19. Em uma entrevista coletiva nesta terça (3), o xerife Joseph Lombardo não revelou se os disparos foram gravados em vídeo, mas afirmou que as câmeras foram apreendidas pelo FBI, que analisa seu conteúdo.
Das 59 pessoas mortas, apenas três ainda não foram identificadas, mas a previsão é de que elas sejam identificadas ainda nesta terça. O xerife disse também que o número de feridos, 527 segundo o boletim de segunda-feira, pode ser levemente reduzido porque algumas pessoas foram contadas mais de uma vez. Mas, segundo Lombardo, a variação desse número seria muito pequena.
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O motivo que levou Paddock a cometer o maior ataque a tiros da história dos Estados Unidos ainda não foi descoberto, mas a polícia ressalta que a ação foi “extensamente premeditada”.
A namorada do atirador, Marilou Danley, continua nas Filipinas e está colaborando com a investigação. De acordo com o xerife, ela é considerada uma “pessoa de interesse” no caso, mas não é suspeita. Danley viajou no dia 25 de setembro, três dias antes de seu namorado se hospedar no Mandalay Bay, de onde cometeu o ataque.
Lombardo destacou a atuação da segurança do hotel Mandalay Bay, que ajudou os policiais antes da chegada da Swat (equipe de elite da polícia), responsável pela invasão do quarto no 32º andar onde Paddock foi encontrado já morto após cometer suicídio. O xerife explicou que policiais e seguranças do hotel percorreram os andares de número 29 a 32 para localizar de onde vinham os disparos.
Ele ressaltou ainda que uma grande equipe do FBI está participando da investigação e pediu que as pessoas não circulem pela área onde aconteceu o ataque, na Strip – famosa rua repleta de hotéis e cassinos em Las Vegas. A ala sul do Las Vegas Boulevard, onde aconteceu o ataque, foi reaberta ao público nesta terça.
Cerca de 150 carros que estavam na área durante o ataque foram liberados para seus donos nesta terça, assim como um grande lote de itens pessoais abandonados por pessoas que fugiram do local durante o ataque.
O ataque
Das janelas do quarto do hotel Mandalay Bay, um famoso cassino e resort de Las Vegas, Paddock começou a atirar por volta das 22h (horário local; 1h desta segunda, no horário de Brasília), na direção do Route 91 Harvest Festival, um festival de música country ao ar livre.
Mais de 22 mil pessoas estavam no local. Vídeos mostram que elas correram na tentativa de se proteger dos disparos.
A polícia começou as buscas dentro do hotel. Seis agentes da Swat chegaram até o quarto em que o atirador estava no 32º andar.
O xerife do Condado de Clark, Joseph Lombardo, contou que o atirador passou seus últimos momentos disparando desesperadamente contra os policiais.
A primeira informação oficial era de que o suspeito havia sido morto por policiais. Mais tarde, no entanto, Lombardo afirmou que o atirador se matou antes da chegada das forças de segurança. Ligadas a ele, foram encontradas 42 armas – 23 armas na casa dele, em Mesquite, e 19 no hotel. Além disso, uma segunda casa pertencente a Paddock em Reno, Nevada, também foi revistada e lá foram encontradas mais cinco armas e uma enorme quantidade de munição, além de vários equipamentos eletrônicos.
O Estado Islâmico, que reivindicou o ataque, afirma que Paddock se converteu ao islamismo meses atrás. No entanto, o FBI diz que não encontrou nenhuma evidência de ligação do atirador com o grupo terrorista. O irmão dele, Eric Paddock, disse em entrevista que Joseph não tinha associação com nenhum grupo ou religião.
Fonte: G1