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Nosso Hospital das Clinicas é uma pequena cidade encravada no meio de Rubião Jr, por onde o trem ainda passa. São milhares de pessoas diárias que atravessam suas ruas apertadas de carros. As vezes parece que carros e gente se confundem e quem olha de repente não sabe onde começa um e termina o outro.
Pelos corredores do HC passam pessoas muito diferentes, algumas desesperançadas, outras desesperadas e muitas confiantes. Saber ler o rosto de cada uma e entender o que estão sentindo é um privilégio para os que lá trabalham.
Trabalhar no HC é uma prova constante de resistência ao pessimismo e de coragem para enfrentar as dificuldades que chegam diariamente e parecem não ter fim. É mostrar disposição para tratar as pessoas que sofrem, que gritam, que morrem. E também é o lugar onde as lágrimas transbordam dos olhos ou são engolidas a seco quando vemos a vida retornar. Trabalhar no HC é nunca deixar-se morrer.
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Quem quiser trabalhar no HC durante esta gestão deve sempre lembrar que não somos máquinas que funcionam sempre sob o mesmo comando e executando sempre a mesma função. Que o trabalho coletivo deve prevalecer sobre o individual e entender que estamos cuidando de pessoas fragilizadas cujos sintomas podem se confundir com preocupação, indefinição, angustia e medo. Temos que saber ouvi-las.
Quem quiser trabalhar no HC durante minha gestão deve saber colaborar, acreditar, insistir, lutar e investir. E saber que virá o suor e o cansaço. E que em alguns momentos teremos que arriscar, sabendo que podemos perder. Mas nunca retroceder. E que o fracasso pode ser o início do próximo sucesso.
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Obs: texto publicado originalmente na Revista Leia Notícias deste mês e adaptado para este espaço.
Dr André Balbi é médico nefrologista, professor associado de Nefrologia da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e atual Superintendente do HCFMB.