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Érika, a dona de minha agenda e que reza por mim, chamou minha atenção: doutor, o senhor viu este vídeo(*) feito aqui no HC? Peguei o celular e comecei a assistir, mas quando vi que durava mais do que dois minutos, desisti: depois vejo. Estou com pressa.
Pressa é uma palavra feia que nos retarda cada vez que acreditamos nela. Cheguei em casa e fui abrir o tal do vídeo… Como assim? Funcionários da FMB e do HC cantando na porta do Hospital, vestidos como pessoas que lá trabalham? A moça da lanchonete, o guarda, nossos amigos que pareciam estar ali tomando um café, a garota da limpeza… todos cantores? E o solo do controlador de acesso? E o final emocionante? Impossível conter o impacto de dizer alguma coisa com um nó na garganta. O Facebook explodindo em visualizações como se fossem fogos explodindo de diferentes regiões do Brasil: 400, 500, 600 mil. Liguei para a Bruna e fui claro: parabéns! E completei comentando em nossa página no face: É esse HC que eu queria dirigir.
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E foi esta inundação de solidariedade acompanhando uma campanha de venda de lanches (McDia Feliz 2017) que me fez acreditar, ainda mais, que há sempre pessoas dispostas a ajudar, onde quer que estejam, seja em Botucatu ou na Malásia, seja em outros pontos distantes que nem conhecemos. Acredito que a solidariedade faça parte de nossa identidade, embora sentimentos menos nobres também façam. Mas neste jogo equilibrado, o bandido sempre acaba perdendo, como ocorre em todos os belos filmes infantis que assistimos inúmeras vezes com nossos filhos. Talvez os solidários sejam os mais infantis. E por que não dizer que os mais solidários são aqueles que carregam dentro de si o sentimento das crianças?
Crianças que ajudaram a vender lanches que ajudarão crianças internadas em nosso HC. Há coisa mais bonita que isto? E como diz a música do vídeo: venha, já é hora de acender a chama da vida. Deixe que esse canto lave o pranto do mundo para trazer perdão e dividir o pão. Acho que a solidariedade é uma criança! *www.facebook.com/hcfmb
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* Dr André Balbi é médico nefrologista, professor adjunto de Nefrologia da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e atual Superintendente do Hospital das Clinicas da FMB.