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Somos quase em tudo. Quase bons, quase vencedores, quase competentes, quase perfeitos, quase campeões. Não sabemos bem como, mas estamos quase chegando lá… Onde mesmo?
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Digo assim porque ouço quase diariamente de amigos e também de pacientes vários relatos sofridos dos quase doentes, dos quase desesperados
Com eles aprendi que ser quase não é bom, especialmente em termos de saúde física ou mental. O sofrimento decorrente do quase é tão sentido como o do próprio acometimento. Está sempre presente senão no corpo, também na mente.
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A definição clara do nosso estado orgânico e mental ajuda na manutenção da saúde. Isso depende da observação, de estudo e conhecimento de si mesmo.
Essa definição pessoal dá trabalho, sim – para o paciente e para os profissionais da saúde – mas existe uma situação clínica que ensina muito. É o entendimento da chamada Síndrome Metabólica.
Pouco conhecida por esse termo técnico, mas muito sentida no dia-a-dia dos pacientes.
São aqueles quase diabéticos, quase hipertensos, quase obesos, quase hiperlipidêmicos ( níveis de colesterol e frações com valores pouco acima do normal nos exames bioquímicos sanguíneos ) e outros ‘quases’.
A prevalência desses ‘quases’ simultâneos ( juntos, no mesmo paciente ) está aumentando aceleradamente na população. Trata-se de risco com redução de sobrevida e este alerta é urgente.
A ansiedade gerada por estes ‘quases’ promove um sofrimento silencioso, detectado nos consultórios médicos e de psicólogos e, quase sempre, a melhoria implica na mudança do estilo de vida e de pensamento.
Parece que é nesse ponto que o sofrimento aumenta mais ainda. Mudar estilo de vida é necessário, mas penoso. Vejo por mim.
Ai, ai… um quase desespero…
**Dr. Francisco Habermann é ex aluno da 1ª. Turma de Medicinada FCMBB, docente aposentado da atual FMB-UNESP. Professor da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu