24 de novembro, 2024

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Artigo: Outubrite – Jornal Leia Notícias

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A semana está focada nas eleições, claro, mas ando pensando nos professores. Todos nós sabemos da im­portância do profissional do ensino, de sua dedicação e da nossa dependência do seu labor. Orientadores de nossa formação em todos os níveis, eles ocupam o centro das atenções, incluído o nosso futuro. Não só eles, mas os diretores, orienta­dores, todos os funcionários do setor educacional.

Não sei se o fato das elei­ções serem realizadas nas dependências das escolas na maioria das cidades brasi­leiras, o pensamento se volta àqueles ambientes onde to­dos nós por lá passamos. Foi o que aconteceu novamente neste ano, no primeiro turno. Vi algo interessante lá.

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Como o processo de vota­ção – sempre muito ordei­ro e bem organizado – fora mais demorado naquela fase eleitoral, ocorreram filas de espera, longas em alguns horários. Foi oportunida­de feliz de rever amigos e, passando diante de murais da diretoria da escola, ler os relatórios sobre aprovei­tamento dos alunos, frequ­ência dos pais às reuniões, resultados de provas dos alunos em matérias selecio­nadas, curvas de evolução dos mesmos, de observar os dados publicados referentes a concursos, torneios e seus resultados. Fiquei admirado pela organização e precisão das apresentações gráficas e demonstrativas daqueles resultados que expressam cuidados e supervisão crite­riosa do setor educacional municipal ou estadual. Nesse ponto é que me lembrei do que observo no dia-a-dia, no atendimento médico-hospi­talar.

Nessa época do ano, quan­do o paciente é profissional da área educacional, observo o cansaço ou exaustão pre­dominar nas avaliações da saúde individual deles. Rela­to isso aqui com o intuito de colaborar na compreensão que todos devemos ter para com os professores e suas equipes, com função tão ár­dua e exaustiva cujo ápice de sobrecarga ocorre nos finais dos períodos letivos. Uma das pacientes declarou, rin­do, estar com ‘outubrite’, re­ferindo-se ao cansaço profis­sional nesse período do ano que, depois, foi esclarecido aproximar-se do diagnós­tico conhecido como ‘can­saço do cuidador’ (Burnout Syndrome – “um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional”). Trata-se de condição de exaustão física e psíquica, mas que, no dia seguinte, o profissional precisa se apresentar novamente em pleno vigor, disposto, ativo e muito atento para conti­nuar suas tarefas impres­cindíveis. Repetido, exaure e deprime.

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Após votar, ao sair da­quele prédio, roguei inti­mamente que os eleitos considerassem prioritaria­mente suas atenções ao setor educacional nacional, tal a sua importância (do programa) para o país. É uma esperança.

Teremos nova chance de reflexão nesta semana!

* Dr. Francisco Habermann é ex-aluno da 1ª. Turma de Medicina da FCMBB, docente aposentado da atual FMB-UNESP. Professor da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu

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