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Os símbolos e mitos geram figurações, e sempre fizeram parte da nossa mente criativa. Pela repetição no tempo se transformaram em crenças. Especialmente as que se referem à morte. Estas, sempre vestidas de medo, fazem com que todos queiram enjeita-la.
Mas afinal, quem é ela verdadeiramente?
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A enigmática morte……? Qual é a sua forma, cheiro e tamanho?, qual a sua cor? Se ninguém que a viu ficou para contar, como pode ela ser desenhada e descrita com tantos detalhes e requintes de crueldade?
De todas as alegorias da morte, a que mais me parece próxima de uma realidade, é aquela que a retrata como nós mesmos, não como outra pessoa. A morte está em nós como a vida, ela não ocupa lugar, nem envelhece, ela apenas, como dual que é, está ali, trabalhando em perfeita reciprocidade para nos completar, não para nos subtrair ou punir por alguma coisa. Ela não tira de nós o que não temos. O corpo deteriora, envelhece para nos mostrar que nada aqui é real, nem definitivo, ele apenas nos representa neste espaço físico que estamos, não somos ele. Tampouco pode a morte nos privar daquilo que não lhe pertence: nossa alma. Mas consegue ela nos revelar que tudo que é físico é impermanente.
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Ela chega junto com a vida, cresce e caminha com ela, dá o ponto de equilíbrio e nos faz descobrir o valor do que irá ficar e do que iremos um dia levar. Para cada dia de vida se soma um que morreu. A conta é exata, sincronizada.
No final, temos de saldo o mesmo que recebemos no dia que nascemos, um bisar, só que em um novo palco, na bagagem, apenas a energia do conhecimento que conseguimos na alma gravar, uns poderão com ela iluminar seu novo caminho, outros irão nele se perder na escuridão, mas nunca por culpa da amiga morte.
Hoje é o aniversário do meu corpo, chamado Lourival Panhozzi.
Parte dele é vida
Parte dele é morte
A parte que vejo é ilusória
A parte intangível é real.
Este é o meu Todo.
* Lourival Panhozzi é empresário, Diretor Funerario – Pres. Abredif/Sefesp -, Diretor do CTAF, Sistema Prever e Solucard.