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O futebol nos envolve. Por mais que a pessoa tenha o que fazer ou que não entenda nada de futebol, os jogos do Brasil na Copa do Mundo sempre nos atraem e nos prendem diante da televisão. E dá-lhe torcida excessiva. E palpites infelizes. E falas desencontradas. E o narrador da Globo… Para quem gosta de futebol, como vários de nós, mesmo que não tenhamos a mínima capacidade de jogar, a Copa é atraente, inteligente e instigante.
Lembro de várias Copas do Mundo que acompanhei e alguns jogos em especial. Vagamente lembro do jogo do Brasil contra a Inglaterra em 1970 e da comemoração daquela vitória difícil. Em 74 me lembro do empate entre Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental (como assim?) e do baile que levamos da Holanda. Em 78, na Argentina, o pano de fundo era a ditadura local que combinava com a nossa e me lembro do jogo do Brasil contra os donos da casa, quando o Chicão, volante brasileiro entrou no time para, literalmente, torturar nossos adversários argentinos, como acontecia nos dois países. Em 82 e 86 me lembro do Telê Santana e de seus times que jogavam como se tocassem em uma grande orquestra.
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Em 90 apresentamos ao mundo o raivoso Dunga e o horrível time do Lazaroni. As demais foram Copas apagadas que me confundo entre Ronaldos, Rivaldos, Felipões, convulsões, pênaltis e goleadas, mesmo nas vezes em que fomos campeões.
Estou acompanhando esta Copa otimista mas desconfiado de nossa capacidade de ir vencendo adversários. Vejo o resumo dos jogos do dia pela internet, uma vez que só consigo assistir aos jogos do Brasil.
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Fico pensando que nossas atividades, no HC, poderiam ser comparadas a uma grande Copa do Mundo intra-hospitalar. Temos adversários que precisamos vencer para que o hospital sobreviva e que seja eficiente e socialmente justo. Jogos difíceis e vitórias também, mas elas estão ocorrendo. Quando, em algum momento do futuro, esta nossa Copa intra -hospitalar terminar, estaremos oferecendo à população um HC em sua plenitude de eficiência, capacidade de se diferenciar, de manter relações justas com o Estado e competente para transformar o individual no coletivo. Mas será uma Copa longa.
Dr André Balbi é médico nefrologista, professor adjunto de Nefrologia da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e atual Superintendente do HCFMB.