Anúncios
A bailarina resolveu voltar. E voltou para seu teatro, seu palco, onde sabe dançar de diversas formas e diferentes ritmos, qualidade e talento reconhecidos por quem ouve sua música e observa sua dança.
A bailarina voltou após deixar um espetáculo em que foi participar, acreditando que seria um grande espetáculo, dirigido por um grande diretor e repleto de grandes dançarinos. Engano da bailarina. O espetáculo ainda não existe, o ator principal carece de talento e o diretor vai perdendo sua história pelo caminho que percorre.
Anúncios
Todo grande musical, reconhecido pelo público, tem um grande diretor capaz de envolver seus dançarinos e agregá-los, mesmo quando vindos de origens diferentes.
Desta forma acabam construindo um grupo talentoso e unido com suas diferenças, mas capaz de realizar uma longa temporada de sucesso e formar novos dançarinos talentosos.
Anúncios
Não foi o que a bailarina encontrou longe de seu palco de origem.
Cenas introduzidas no espetáculo, sem qualidade ou beleza e desprovidas de qualquer valor artístico como aquelas criadas pelo próprio diretor ou por seus dois piores atores tentando constranger a bailarina mostram que os recursos artísticos desta companhia teatral são limitados, o gosto é duvidoso e que o espetáculo está sem direção. Caberá ao público, capaz de reconhecer o talento e a entrega dos artistas ao assisti-los, realizar seu julgamento.
Difícil saber o destino deste teatro e desta companhia musical, mas fácil saber o sucesso do retorno da bailarina ao palco em que foi criada e que poderá continuar desenvolvendo seu trabalho e exportando sua produção artística cada vez mais intensa.
A história da bailarina é cheia de desafios, sempre vencendo barreiras e obtendo muitas vitórias. Mas neste espetáculo que tentou participar, sua vitória foi diferente.
Ao sair de cena deixa as explicações de seu ato para o diretor principal e para os donos da companhia teatral que, constrangidos, até agora preferiram o silêncio.
Silêncio que acomoda mas não resolve. Apenas esconde.
Dr. André Balbi é médico nefrologista, professor associado de Nefrologia da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e atual Superintendente do HCFMB.
Jornal Leia Notícias