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Aprendi com a Dra Thais que a palavra paliativo tem origem no latim pallium, que significa manto, cobertor e que era uma capa colocada nas costas dos cavaleiros das Cruzadas para protegê-los do frio e da chuva em suas longas viagens.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, cuidados paliativos são a assistência prestada por uma equipe multidisciplinar, que visa melhorar a qualidade de vida do doente e da sua família perante uma doença que ameace a sua vida. Embora os primeiros serviços tenham surgido na Europa na década de 60, no Brasil hoje somente 10% dos hospitais oferecem este serviço, segundo reportagem da Folha de São Paulo de 2018. Entre os países latino-americanos, o Brasil só está à frente da República Dominicana e da Venezuela em termos de disponibilidade de serviços de cuidados paliativos. Aqui os gargalos já começam na formação médica, pois somente 14% dos cursos de medicina oferecem a disciplina de cuidados paliativos e em só 6% desses ela é obrigatória.
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Escrevo isto porque nesta sexta-feira estaremos entregando aos usuários do HC a Enfermaria de Cuidados Paliativos, fruto de nossa parceria com o Rotary Club de Botucatu Cuesta. Nesta enfermaria haverá um tratamento especializado multiprofissional dedicado aos pacientes sem possibilidades de cura e aos seus familiares que, com frequência, também adoecem neste trajeto.
São apartamentos cuidadosamente reformados pelo HC e mobiliados com recursos financeiros obtidos pelo Rotary que nos permitiram criar um ambiente acolhedor e humanizado, envolto por um jardim comum onde os pacientes e seus familiares podem trocar experiências e receberem tratamento integral. É a primeira enfermaria com esta concepção em hospital público do Estado de São Paulo e mais um grande passo para o reconhecimento do importante papel que o HC tem hoje em nossa macrorregião.
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De tão empolgante é esta conquista que algumas vezes posso ver, em imagens projetadas em minha mente, o HC de Botucatu como um grande pallium protegendo e tratando seus pacientes e familiares de forma integral e humanizada.
Parabéns médicos paliativistas (Thais, Laura, Luis e Janaina) e todos os profissionais que integram este projeto. Vocês estão fazendo uma parte importante da história do nosso HC.
Dr André Balbi é médico nefrologista, professor associado de Nefrologia da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e atual Superintendente do HCFMB.