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Volto ao assunto da condição humana. Interessante observar a reação das pessoas frente a diferentes situações onde possam sentir-se agredidas, acuadas ou simplesmente observadas.
Cada uma tem seu comportamento próprio e, muitas vezes, pessoas que reagem de uma maneira frente a uma determinada situação podem mudar completamente suas reações frente ao mesmo cenário em um outro momento. O que mudou? Absolutamente nada ou absolutamente tudo, dependendo do ângulo pelo qual estamos observando esta reação.
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Escolher pessoas para algumas funções é um trabalho sinuoso e cheio de riscos, como ocorre no HC. Podemos acertar fortemente e as pessoas subirem mais degraus do que os que são apresentados ou, pelo contrário, descerem rapidamente a escada quando menos esperamos. Se acertamos, o mérito é do escolhido. Se errarmos, as críticas são nossas.
Tenho observado, também, que a prática que adotamos de conversar com os envolvidos em uma decisão polêmica e ouvi-los antes de uma definição ainda causa estranheza em alguns.
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Talvez a “ordem superior” e o cumprimento de tarefas os deixem mais confortáveis. Outros ainda confundem esta atitude com uma possível insegurança. E muitos fogem pelos atalhos dos relacionamentos colocando em nossa fala palavras que não falamos, reduzindo de modo “transferível” sua responsabilidade.
Creio firmemente que das diferenças vem o consenso. Mas das diferenças reais para o momento e não histórias ou pessoais. Situações mal resolvidas nos desgastam e nos envelhecem. Nestes casos a procura do consenso é arriscado pois pode haver o entendimento que alguém ganhou e outro perdeu.
Ninguém perde ou ganha nesta situações. Ganhamos ou perdemos todos nós.
Como decidir pelas pessoas certas nos lugares certos? E como garantir que estas mesmas pessoas vão continuar com o mesmo comportamento? Não sei a resposta, mas costumo olhar para as reações de cada uma delas, observando sua expressão facial. O agradecimento e a transparência que observo promove o encontro da confiança mútua.
Dr. André Balbi é médico nefrologista, professor associado de Nefrologia da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e atual Superintendente do HCFMB.
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