28 março, 2024

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Argentina e Bolívia pedem que OEA não interfira em assuntos internos

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Argentina e Bolívia pediram nesta quinta-feira que a Organização dos Estados Americanos (OEA) não interfira nos assuntos internos de seus membros, reivindicando o direito de cada país escolher seu sistema sem interferências externas ou “ameaças”, no momento em que a entidade se prepara para discutir um projeto de resolução sobre a Nicarágua.

As declarações, em nível de chanceleres, foram dadas no segundo dia da Assembleia Geral, reunião hemisférica anual que acontece esta semana em formato virtual, tendo a Guatemala como anfitriã.

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“Temos que recuperar na OEA a capacidade de pactuar soluções baseadas no respeito à soberania e na igualdade dos Estados-membros”, disse o chanceler argentino, Santiago Andrés Cafiero. Já o Canadá declarou que a organização não deve apenas “continuar olhando” para os problemas da região. “Precisamos agir”, ressaltou a chanceler Mélanie Joly, referindo-se às eleições na Nicarágua.

O Canadá apresentou ontem um projeto de resolução em seu nome e em nome de Estados Unidos, Canadá, Chile, Costa Rica, Equador, República Dominicana, Uruguai e Antígua e Barbuda, para solicitar ao Conselho Permanente que realize “uma avaliação coletiva imediata, a ser concluída até 30 de novembro, e que tome as medidas cabíveis” contra o governo Ortega.

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Daniel Ortega venceu as eleições de domingo contra cinco candidatos desconhecidos de direita, acusados de colaborar com o governo, e depois de afastar da disputa oponentes que poderiam ofuscá-lo.

O representante da Nicarágua, Michael Campbell, atacou Ottawa hoje e afirmou que as eleições foram livres. “A Nicarágua se respeita”, insistiu.

Críticas à OEA

A polêmica sobre o papel da OEA na região voltou à mesa nesta edição do órgão máximo da entidade regional. A Argentina considera que a organização se afastou “de seus fundamentos ao apoiar a interrupção da ordem democrática, como na Bolívia”.

Uma auditoria da OEA concluiu que houve irregularidades nas eleições de 2019, nas quais o então presidente, Evo Morales, declarou-se vencedor, mas renunciou após perder o apoio de militares e policiais, em meio à comoção social motivada pelos resultados eleitorais.

“A ideologia, as paixões e o racismo nublaram o julgamento de muitos”, disse o chanceler argentino sobre a OEA, denunciando o que chamou de “página vergonhosa de nossa história”.

Em seu discurso, a Bolívia, governada atualmente por Luis Arce, apoiado por Morales, defendeu “repensar a OEA”. “Para a organização, é como se todos os problemas centrais estivessem distantes”, declarou o chanceler Rogelio Mayta.

O governo boliviano voltou a acusar a organização de ter tomado partido na crise em seu país e insistiu em que “todo povo têm o direito de construir seu sistema livre de ameaças”.

México, Argentina e Nicarágua tendem a apoiar a posição da Bolívia após a crise de 2019, enquanto Estados Unidos, Canadá, Colômbia e Equador, entre outros, apoiam as conclusões da OEA.

Situação na Venezuela

A situação na Venezuela também veio à tona no penúltimo dia da assembleia. O Brasil a considera “o caso mais paradigmático” do que precisa ser resolvido na região. “É necessário que o presidente Nicolás Maduro mostre sua boa-fé no âmbito do processo de negociação” com os opositores, liderados por Juan Guaidó, pontuou o chanceler Carlos Alberto França.

Para o Brasil, as eleições regionais e municipais venezuelanas do próximo dia 21 “serão cruciais para avaliar a credibilidade desse esforço. É um passo importante para as futuras eleições presidenciais, que abre caminho para o restabelecimento da democracia na Venezuela” , assinalou.

O fato de a Venezuela estar representada na OEA por um delegado de Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, gera críticas entre os Estados-membros. México, Bolívia, Nicarágua, Argentina, Dominica, Antígua e Barbuda, Belize e Trinidad e Tobago insistem em que a Venezuela não é um Estado-membro da organização, porque apresentou em 2017 um pedido formal de saída da OEA, que considera o governo Maduro “um regime ilegítimo”. Afirmam, portanto, que quem representa aquele país “usurpa” o posto.

Fonte: Yahoo!

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