26 de dezembro, 2024

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Área degradada cresce e ameaça vida humana na Terra, aponta relatório

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O aumento na degradação do solo pode comprometer irremediavelmente a capacidade do planeta Terra de sustentar a existência e o bem-estar humano e ambiental nos próximos anos, aponta relatório “Stepping Back from the Precipice”, produzido pelo Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK).

O estudo aponta que a área degradada já é de 15 milhões de quilômetros quadrados e pede uma correção urgente de curso para evitar o abuso. Até pouco tempo, os ecossistemas terrestres absorviam quase um terço da poluição de dióxido de carbono causada pelo ser humano. Porém, na última década, as árvores e o solo perderam 20% da capacidade de absorver o CO₂.

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Claudia Hunecke, cientista do PIK, afirmou que negligenciar a degradação da terra “pode empurrar a humanidade para além do seu espaço operacional seguro, agravando a pressão sobre os recursos, a pobreza, a migração e os conflitos”.

De acordo com o relatório, o principal motivo disso está atrelado ao desmatamento e às mudanças climáticas, principalmente as práticas agrícolas insustentáveis, responsáveis por 80% da perda florestal. Essas técnicas, que incluem o uso intensivo de insumos químicos, pesticidas e desvio de água, também erodem o solo, diminuem os recursos hídricos e contaminam os ecossistemas.

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A pesquisa aponta que essa intensa extração pode ser mais lucrativa a curto prazo, mas logo resultará numa piora no setor de modo geral, uma vez que a degradação do solo piora a qualidade nutricional dos alimentos.

As regiões criticamente secas apontadas pelo relatório estão no sul da Ásia, norte da China, as Grandes Planícies e na Califórnia nos EUA, e o Mediterrâneo. Um terço da humanidade agora vive em terras secas, que incluem três quartos da África.

“Se falharmos em reconhecer o papel fundamental da terra e tomar as ações adequadas, as consequências vão se refletir em todos os aspectos da vida e se estenderão por muito tempo no futuro, intensificando as dificuldades para as gerações futuras”, afirmou o secretário executivo da UNCCD (Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação), Ibrahim Thiaw, cuja organização colaborou no relatório.

O estudo também aponta que restaurar as terras degradadas do mundo e conter a expansão dos desertos exigirá pelo menos US$ 2,6 trilhões em investimentos até o final da década, disse o executivo da ONU responsável pelas negociações globais sobre o assunto à Reuters. Para atingir US$ 2,6 trilhões – o que se aproxima da produção econômica anual da França – o mundo precisa fechar uma lacuna anual de US$ 278 bilhões, depois de apenas US$ 66 bilhões terem sido investidos em 2022, afirmou a ONU.

“A maior parte dos investimentos em restauração de terras no mundo está vindo de dinheiro público. E isso não está certo. Porque essencialmente o principal motor da degradação das terras no mundo é a produção de alimentos… que está nas mãos do setor privado”, disse Thiaw, acrescentando que, até o momento, o setor privado fornece apenas 6% do dinheiro necessário para reabilitar as terras danificadas. “Como é que uma mão está degradando a terra e a outra tem a responsabilidade de restaurá-la e repará-la?”, disse Thiaw.

Fonte: Um Só Planeta

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