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Os incêndios florestais que devastaram o Canadá em 2023 não deixaram somente rastros de destruição ambiental: eles também tiveram um impacto devastador na saúde pública global. De acordo com um estudo publicado na revista científica Nature, a fumaça tóxica expelida pelas queimadas foi responsável por 82 mil mortes no mundo inteiro, incluindo a do menino canadense Carter Vigh, de apenas 9 anos.
Carter, que sofria de asma, faleceu após uma crise respiratória desencadeada pela exposição à fumaça em British Columbia. Sua mãe, Amber Vigh, relatou que naquele dia os alertas de qualidade do ar não indicavam risco, já que a estação de monitoramento mais próxima ficava a 100 km de distância. “Nunca pensamos que um ataque de asma se transformaria em algo tão grave”, disse ela ao The Guardian.
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O estudo demonstra que os efeitos da poluição causada pelos incêndios ultrapassaram fronteiras: só na Europa, 22 mil mortes prematuras foram associadas às partículas inaláveis (PM2.5) emitidas pelas queimadas. Nos Estados Unidos, a exposição anual a esse tipo de poluente aumentou em 21%, enquanto no Canadá o índice subiu 65%.
Essas partículas microscópicas conseguem penetrar profundamente nos pulmões e atingir a corrente sanguínea, provocando inflamações que afetam desde os pulmões até o cérebro. Segundo especialistas, a fumaça dos incêndios já figura entre as maiores ameaças à saúde humana.
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Em 2023, os incêndios foram os mais destrutivos da história do Canadá e liberaram poluentes que chegaram até o Atlântico, afetando países a milhares de quilômetros de distância. Estudos recentes apontam que a poluição do ar causada por queimadas é responsável por 1,5 milhão de mortes anuais em todo o planeta.
Apesar da gravidade dos dados, especialistas alertam para a falta de informação e de ações governamentais. A tragédia de Carter motivou sua família a criar uma iniciativa em parceria com a Fundação Pulmonar da Colúmbia Britânica, distribuindo monitores de qualidade do ar em comunidades sem cobertura adequada. “A vida dele foi interrompida cedo demais, mas agora Carter está ajudando a salvar outras vidas”, disse a mãe.
Fonte: Um Só Planeta