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As geleiras dos Alpes europeus devem atingir um pico de extinção em apenas oito anos, com mais de 100 delas previstas para desaparecer definitivamente até 2033, segundo um estudo publicado na revista Nature Climate Change, divulgado pelo The Guardian. A pesquisa indica ainda que a perda de geleiras em todo o mundo deve se acelerar nas próximas décadas, tendo como vilão o aquecimento global, intensificado pela queima de combustíveis fósseis.
Atualmente, existem cerca de 200 mil geleiras no planeta, com aproximadamente 750 desaparecendo a cada ano. De acordo com os pesquisadores, esse número pode subir se as emissões de gases de efeito estufa continuarem no ritmo atual. Com as políticas climáticas hoje em vigor, que colocam o mundo em uma trajetória de aquecimento de cerca de 2,7 °C até o fim do século, a taxa de desaparecimento pode chegar a cerca de 3 mil geleiras por ano a partir de 2040.
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Nesse cenário, cerca de 80% das geleiras existentes hoje terão desaparecido até 2100. Mesmo em uma trajetória mais ambiciosa, que limite o aquecimento global a 1,5 °C, as perdas continuariam elevadas, com até 2 mil geleiras desaparecendo anualmente.
O estudo chama atenção para o fato de que o desaparecimento de geleiras vai além do impacto sobre o nível do mar. Muitas delas são fontes essenciais de água para consumo humano, agricultura e geração de energia, além de sustentarem economias locais ligadas ao turismo.
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As regiões com geleiras menores e de derretimento mais rápido aparecem como as mais vulneráveis. Na Europa Central, os pesquisadores estimam que até 87% das geleiras podem desaparecer até o fim do século mesmo no cenário de 1,5 °C, percentual que sobe para 97% sob aquecimento de 2,7 °C. No oeste dos Estados Unidos e no Canadá, incluindo o Alasca, a projeção indica perda de mais de 70% das geleiras com aquecimento limitado e de mais de 90% no cenário atual.

Fonte: Um Só Planeta