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Um homem chinês que foi sequestrado há mais de 30 anos se reencontrou com sua mãe biológica depois de desenhar de memória um mapa da vila em que vivia na infância até ser levado.
Li Jingwei tinha apenas quatro anos quando foi atraído por um vizinho para fora de sua casa e vendido para uma quadrilha de tráfico de crianças.
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Décadas depois, em 24 de dezembro de 2021, ele compartilhou na internet um mapa desenhado que ele desenhou à mão, de cabeça. A ilustração publicada no aplicativo de compartilhamento de vídeo Douyin viralizou nas redes sociais e foi comparada pela polícia a uma pequena vila do país. Em seguida, o caso foi associado a uma mulher cujo filho havia desaparecido há três décadas.
Após a realização de testes de DNA, para comprovar o vínculo entre eles, mãe e filho se finalmente voltaram a se encontrar, na província de Yunnan em 1º de janeiro de 2022.
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O vídeo da reunião deles mostra Li Jingwei removendo cuidadosamente a máscara de proteção de sua mãe, usada contra o coronavírus, para que pudesse examinar o rosto dela. Logo depois ele começa a chorar e a abraça.
“Trinta e três anos de espera, incontáveis noites de saudade e, finalmente, um mapa desenhado à mão de memória: este é o momento perfeito depois de 13 dias”, escreveu Li em seu perfil em Douyin, pouco antes do esperado reencontro. “Obrigado a todos que me ajudaram a reunir a minha família.”
Li foi sequestrado perto da cidade de Zhaotong, no sudoeste da província de Yunnan, em 1989, e posteriormente vendido a uma família que vivia a mais de 1.800 km de distância.
Morador atualmente da província de Guangdong, no sul da China, ele não teve sucesso em suas perguntas para seus pais adotivos ou em consultas a bancos de dados de DNA. Foi quando ele decidiu recorrer a redes sociais.
“Sou uma criança que tentando encontrar sua casa. Fui levado para Henan por um vizinho careca por volta de 1989, quando tinha cerca de quatro anos”, disse ele no vídeo, compartilhado milhares de vezes.
“Este é um mapa da minha área residencial que desenhei de memória”, diz ele no vídeo, segurando um guia aproximado da vila, que incluía características como um prédio que ele acreditava ser uma escola, uma floresta de bambu e um pequeno lago.
Raptos de crianças não são incomuns na China. Muitas crianças são raptadas ainda bastante novas e vendidas a outras famílias dentro e fora do país. Em 2015, estimou-se que 20 mil crianças eram sequestradas todos os anos na China, país de 1,4 bilhão de pessoas que adotou uma rígida política de filho único de 1979 a 2015.
O ano de 2021 foi marcado por diversos episódios de jovens que conseguiram encontraram seus pais biológicos após décadas de separação.
Em julho passado, por exemplo, Guo Gangtang se reuniu com seu filho 24 anos depois que ele foi sequestrado na província de Shandong. Essa história de desaparecimento inspirou um filme em 2015, estrelado por Andy Lau, ator, cantor e produtor famoso de Hong Kong.
Depois que seu filho foi sequestrado em 1997, Guo teria viajado para mais de 20 províncias em todo o país em uma motocicleta seguindo pistas.
Carregando faixas com a foto de seu filho, ele disse ter gasto as economias de sua vida durante a missão, dormindo embaixo de pontes e implorando por esmolas quando ficou sem dinheiro.
Enquanto procurava por seu filho, ele também se tornou um membro proeminente de organizações de pessoas desaparecidas na China e ajudou pelo menos sete pais a se reunirem com seus filhos sequestrados.
De acordo com o Ministério de Segurança Pública da China, a polícia conseguiu rastrear a identidade do filho de Guo por meio de testes de DNA. Dois suspeitos do sequestro foram posteriormente rastreados e presos, informou o jornal chinês Global Times.
Os suspeitos, que estavam namorando na época, planejavam sequestrar uma criança para vendê-la por dinheiro, segundo uma reportagem do China News.
Depois de ver o filho de Guo brincando sozinho fora de sua casa, a suspeita — identificada apenas pelo sobrenome Tang — o agarrou e o levou à rodoviária, onde seu parceiro, Hu, a aguardava. O casal então pegou um ônibus intermunicipal para a província vizinha de Henan e o vendeu lá.
CNN