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A Polícia Civil localizou e apreendeu R$ 33 mil em dinheiro em uma chácara onde foram resgatados 131 cães Lulu da Pomerânia, três cachorros de outras raças e quatro gatos, em Limeira (SP), na tarde da quarta-feira (13). O casal proprietário do local foi preso e os cachorros foram destinados para cinco Organizações Não Governamentais (ONGs). A ação de acolhimento recebe apoio de entidades da cidade, Campinas (SP) e Americana (SP).
De acordo com o delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Leonardo Borges, o dinheiro foi localizado em meio a vacinas vencidas ou em mau estado de conservação.
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“Esse dinheiro é possível que derive do comércio desses animais em situação de extrema vulnerabilidade”, apontou o chefe de polícia. De acordo com ONGs, o valor de venda de cada cachorro dessa raça supera R$ 3 mil.
Segundo a Guarda Civil Municipal, que participou da ação e prendeu o casal, os animais estavam em situação de maus-tratos, sem comida e aglomerados em meio a fezes e urina. A ação foi realizada após denúncia de vizinhos.
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“Isso aqui é um show de horrores. Só quem viu isso, quem está aqui para sentir o cheiro consegue entender a proporção disso. E a gente fala que a vida deles começa a partir de agora. Vão para tratamento veterinário e, futuramente, bons adotantes, que não os use como eles estão sendo usados aqui, como coisas e como objeto comercial”, afirmou Roberta Dias Lima, da equipe Cadeia para Maus-Tratos.
Ação das ONGs
Uma das ONGs a receber parte dos animais foi a Associação Limeirense de Proteção a Animais (Alpa). A reportagem acompanhou nesta quinta-feira (14) o atendimento a parte dos cães pela entidade. Eles receberam banho, tosa, alimentação e vão passar por exames.
Voluntária da Alpa, Larissa Maluf explicou que a equipe da associação passou a madrugada dando suporte aos cachorros, que foram atendidos em várias clínicas. Uma delas recebeu 25 animais.
“Tem muitas fêmeas prenhes aqui, muitos animais com problema ocular, muitos animais com carrapato, provavelmente doença do carrapato. Todos eles estão passando por atendimento, vão fazer hemograma. Muitos deles têm nós, porque ficavam em cima das próprias fezes, da própria urina, estão precisando ser tosados. É uma situação muito difícil”, relatou.
Adoção
Larissa afirmou que a entidade tem recebido muitas mensagens sobre a possibilidade de adoção dos animais, mas reforçou que antes disso é necessário dar toda assistência de saúde e conseguir a tutela deles.
“É um processo demorado, que está sendo elaborado, inclusive, pelo nosso departamento jurídico. Esses animais, primeiro, a gente precisa ter a tutela definitiva deles para depois falar sobre adoção. E em um momento oportuno a gente vai falar sobre isso. Esses animais vão ser castrados, vacinados, microchipados, e aí sim serão feitas as entrevistas e o termo de adoção responsável”.
No momento, a ajuda pode ser feita através de doações. Para a Alpa, as informações sobre o apoio podem ser encontradas em seu site oficial.
Aglomerados em meio a urina e fezes
Os animais estavam presos em vários cômodos da residência e em cercados de cerca de um dois metros, com uma média de 12 cachorros em cada, na parte de fora da casa.
No interior do imóvel, havia odor de urina e fezes e filhotes recém-nascidos presos em compartimentos de transporte de cachorros, informou a GCM.
Dentro de uma geladeira com alimentos também foram encontrados medicamentos veterinários, com uso permitido apenas para profissionais, alguns deles vencidos. Segundo a GCM, se comprovado que o proprietário fazia uso dos remédios nos animais, poderá responder criminalmente.
O Setor de Bem estar Animal do Município e a Associação Limeirense de Proteção a Animais (Alpa) também estiveram no local. O setor de Zoonoses também colheu amostra de água com focos de dengue.
Presos por crime ambiental
O proprietário do local, junto a sua esposa, foram detidos quando chegavam no condomínio e conduzidos à Delegacia de Investigações Gerais (DIG). O casal vai continuar preso e responder por crime ambiental.
Parte dos animais serão encaminhados para Organizações Não-Governamentais (ONGs) e serão avaliados por veterinários e higienizados, ficando à disposição da Justiça, que vai definir os destinos finais.
Fonte: G1