22 de outubro, 2024

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Após 5 anos, criatura bizarra encontrada na costa do Japão é identificada

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“O corpo parece um conjunto de óvulos e espermatozoides de coral, com cerca de 20 tentáculos saindo de cima dele, com dois olhos em cada ponta. Na água, ele usa esses membros para nadar com pressa.” É assim que o fotógrafo Ryo Minemizu descreveu sua descoberta, realizada em abril de 2018, nas águas de Okinawa, região sul do Japão, em publicação nas redes. O espécime tem o tamanho aproximado de uma joaninha, e era difícil identificá-lo com um rótulo preciso: não é um crustáceo, um molusco ou um verme.

Animal até então desconhecido fotografado em Okinawa, no Japão (Foto: Reprodução / Instagram, ryominemizu)

“Esta é uma das mais misteriosas criaturas que encontrei nos últimos 30 anos no mar”, conclui o fotógrafo.

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Após cinco anos sem uma definição clara do que é a criatura na imagem, biólogos da Universidade de Viena e do Instituto Karolinska, na Suécia, chegaram à resposta, segundo relatório publicado no periódico Current Biology na sexta-feira (22): trata-se não de um animal, mas de um aglomerado de parasitas da sub-classe Digenea, da classe Trematoda do filo Platelminto. Adultos, eles vivem a vida dentro de outros animais vertebrados (como gatos, peixes e humanos). Os mais jovens, em alguns casos, imitam outros organismos no mar para atrair predadores que possam eventualmente parasitar, segundo a Science.

Esquema mostra a maneira pela qual o coletivo de parasitas se move no mar (Foto: Reprodução / Current Biology)

O agrupamento de parasitas é dividido em dois subgrupos: os “tentáculos” (cada um, um indivíduo) e a esfera da qual eles saem como se fossem o cabelo da Medusa, figura mitológica grega. No caso desse “corpo central”, ele é formado por cerca de 1000 indivíduos da mesma espécie, menores e em forma de espermatozoide, cujas caudas (bem mais finas que um fio de cabelo) se unem a partir do centro do globo.

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Para chegar à conclusão, o time de biólogos, que descobriu o animal através do Instagram de Ryo Minemizu, utilizou técnicas de pesquisa morfológica, empregou anticorpos para entender os organismos, e reconstruiu parte do DNA de em um desses “animais”, que fora coletado pelo fotógrafo ainda em 2018 e preservado em formol.

Os “tentáculos” e os “passageiros” menores cumprem funções diferentes dentro do aglomerado: os maiores se responsabilizam por mover o todo e sacrificam sua capacidade de reproduzir pelo bem do conjunto. Quem faz esse papel de se multiplicar são os “passageiros”, que buscam se infiltrar nas guelras e intestinos de peixes que eventualmente os devorem, dizem os especialistas.

O estranho organismo encontrado no Japão é um exemplo de um fenômeno chamado seleção de parentesco, mecanismo evolutivo que favorece o sucesso reprodutivo dos parentes de um organismo, mesmo às custas da própria sobrevivência e reprodução do indivíduo. Serve ainda de evidência para o rico universo de jovens parasitas Digenea, cujos comportamentos ainda são em grande parte desconhecidos por cientistas, de acordo com a Science.

Fonte: Um Só Planeta

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