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A safra de grãos em 2015/2016 será menor do que se esperava, mas ainda alcançará nível recorde, na avaliação do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, André Nassar. Hoje (4), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que a produção brasileira de grãos em 2015/2016 deve chegar a 210,3 milhões de toneladas, 1,3% acima da safra anterior (207,7 milhões de toneladas). No levantamento anterior, a previsão era de 210,5 milhões de toneladas para 2015/2016.
“A safra foi plantada com expectativa de chegar a 212 milhões de toneladas e agora está sendo desenhada ao redor de 210 milhões de toneladas. Tem uma pequena queda de produtividade. Mas tenho certeza que isso não prejudica a renda do produtor”, disse Nassar. Para o secretário, com a alta do dólar, a renda do produtor com exportações aumenta. “Como estamos falando de um cenário de preços bons para os produtores, principalmente por causa do câmbio, quanto mais ele produzir mais interessante é do ponto de vista da rentabilidade”, enfatizou.
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O diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, João Marcelo Intini, avaliou que não há risco de desabastecimento de arroz e feijão no país. “Está descartado qualquer problema de abastecimento neste momento e ao longo do ano. O Brasil dispõe de estoques de passagem, de políticas que favorecem o jogo entre exportações e importações. O que estamos verificando é a qualidade daquilo que vamos colher frente às condições hídricas, notadamente do arroz e do feijão” disse.
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Nassar afirmou que a importação do arroz ocorre todo ano e o estoque de passagem do Paraguai, Uruguai e Argentina é “bom”. “Isso significa que virá arroz desses países para atender o mercado doméstico porque tem um desenho de uma quebra de safra de 1 milhão de toneladas. Pode ser que a gente importe até mais”, disse o secretário. Ele acrescentou que os custos da produção do arroz no Brasil subiram, com o alta das tarifas de energia e do custo da mão de obra. “O arroz vinha em um cenário de baixa rentabilidade, com custos muito alto. Esses preços novos estão dando rentabilidade. Isso significa que o produtor certamente vai voltar a investir no arroz na próxima safra. Vamos atender o abastecimento deste ano com importação e a gente vai ter estímulo econômico para que essa safra cresça no ano que vem”, disse.
O secretário negou que o governo pretenda tributar as exportações. “Não entendo que o governo quer tributar exportação. Tributar exportação, a gente vê a experiência da Argentina, é sempre negativa, porque quem paga a conta é o produtor. Isso faz com que ele produza menos porque a rentabilidade cai e outros países vão repor aquela quantidade”, disse.
Área plantada
A área plantada de grãos em todo o país deve alcançar 58,5 milhões de hectares. Isso representa um acréscimo de 593,5 mil hectares em relação à safra passada (57,9 milhões de hectares). A cultura da soja, responsável por mais de 56% da área cultivada do país, permanece como principal responsável pelo aumento de área. A estimativa é de crescimento de 3,6% (1,1 milhão de hectares) na área cultivada com a oleaginosa. Já o algodão apresenta redução de 1,7% (17 mil hectares), reflexo da opção pelo plantio de soja na Bahia, segundo maior produtor de algodão do país.
Para o milho primeira safra, a exemplo do que ocorreu na safra passada, a expectativa é que haja redução de 6,8% na área (418,9 mil hectares), a ser coberta com soja. Para o milho segunda safra, a expectativa é de leve aumento de área, enquanto o feijão primeira safra apresenta redução de 2,7% (28,3 mil hectares).
Fonte: Agência Brasil