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Os juros bancários médios do cheque especial e do cartão de crédito rotativo voltaram a subir em novembro, de acordo com informações divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (27). Nas duas linhas de crédito, as taxas estão acima de 300% ao ano.
Essa alta ocorre num ambiente de estabilidade da inadimplência e de queda da taxa básica de juros, a Selic. E “spread” bancário, diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram de seus clientes, aumentou no mês passado (leia mais abaixo).
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No cartão de crédito rotativo para pessoas físicas, o juro médio subiu de 317,6% ao ano, em outubro, para 318,3% ao ano, em novembro. Na parcial deste ano, o crescimento foi de 32,9 pontos percentuais, pois a taxa estava em 285,4% ao ano no fim de 2018.
Já a taxa média do cheque especial subiu de 305,9% em outubro para 306,6% em novembro. Essa taxa, porém, é mais baixa que a verificada no fim de 2018 (312,6% ao ano). No acumulado de 11 meses, a queda é de 6 pontos percentuais.
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No final de novembro, o Banco Central anunciou que os juros do cheque especial serão de no máximo 8% ao mês. A medida passa a vigorar em 6 de janeiro de 2020.
Com o limite, o juro anual será de cerca de 150% ao ano, no máximo, de acordo com o Banco Central.
Foi a primeira vez que o Banco Central decidiu impor uma taxa máxima a uma linha de crédito com recursos livres, isto é, que não tem um direcionamento estipulado por lei (como ocorre com o crédito imobiliário ou microcrédito).
Novas regras de juros do cheque especial passam a valer a partir de janeiro
Outras linhas de crédito
- o juro médio do crédito consignado (desconto na folha de pagamentos) de pessoas físicas recuou de 20,9% ao ano em outubro para 20,6% ao ano em novembro – menor patamar da série histórica, iniciado em janeiro de 2004.
- a taxa bancária média para aquisição de veículos, por pessoas físicas, caiu de 19,7% para 19,4% ao ano de outubro para novembro, atingindo também o menor nível da série histórica, iniciado em junho de 2000. Na compra de veículos por empresas, a taxa recuou de 12,4% ao ano em outubro para 12% ao ano em novembro, nova mínima da série iniciada em março de 2011.
- os juros médios em linhas de capital de giro, para empresas, também atingiram nova mínima histórica, chegando a 15% ao ano em novembro.
Juro básico e inadimplência
O comportamento dos juros bancários em novembro, e na parcial do ano, acontece em um ambiente de queda da taxa básica da economia, fixada pelo Banco Central a cada 45 dias.
A chamada Selic se encontra hoje em 4,5% ao ano, a menor taxa desde 1999, quando começou o regime de metas para a inflação.
Além disso, o crescimento das taxas cobradas pelos bancos foi registrado em um ambiente de estabilidade da inadimplência, cuja taxa geral, para pessoas físicas e para as empresas (com recursos livres), caiu de 3,9% para 3,8% em novembro.
Juros bancários médios
De acordo com o BC, houve alta nos juros médios das instituições com recursos livres (sem contar BNDES, crédito rural e imobiliário) de outubro para novembro.
- a taxa média total (pessoa física e jurídica) passou de 35,9% ao ano, em outubro, para 36,2% ao ano em novembro. Na parcial do ano, avançou 0,6 ponto percentual, pois estava em 35,6% ao ano no fim de 2018;
- os juros nas operações com pessoas físicas passaram de 49,7% ao ano, em outubro, para 50,2% ao ano, em novembro. Nos onze primeiros meses do ano, subiram 1,3 ponto percentual, pois somavam 48,9% ao ano no fechamento de 2018;
- já a taxa média cobrada das empresas recuou, passando de 17,6% ao ano, em outubro, para 17,3% ao ano, em novembro. Na parcial deste ano, caiu um 1,5 percentual, pois estava em 18,8% ao ano no fim de 2018.
Spread bancário
O chamado “spread” bancário (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram de seus clientes) também registrou alta de outubro (30,3 pontos percentuais) para novembro (30,7 pontos percentuais).
Nas operações com pessoas físicas, subiu de 43,8 pontos para 44,4 pontos.
O spread é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.
Fonte: G1