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A região do Tibete está fechada para turistas até o dia 1º de abril. Oficialmente, o responsável do partido comunista chinês no país declarou que o acesso foi limitado para proteger os viajantes, já que a falta de oxigênio e as condições climáticas representam um risco para a saúde. Lhasa, a capital, está situada a 3.650 metros de altitude.
A proibição pode estar ligada à comemoração do aniversário da insurreição reprimida pela China. Março é um mês sensível politicamente na Região Autônoma do Tibete, ainda mais esse ano, com o aniversário de 60 anos do exílio tibetano.
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Em 1959, a derrota da rebelião em Lhasa e a ocupação chinesa levaram o Dalai Lama e milhares de seguidores a deixarem o território ao norte dos Himalaias e buscarem refúgio na Índia.
A vigilância foi elevada e o acesso limitado. A entrada de estrangeiros, não raro, é totalmente suspensa em alguns momentos do ano. O governo chinês diz que restrições recentes para turistas, diplomatas e jornalistas são para evitar que eles “sofram com a altitude” na região montanhosa.
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Autorização especial
A visita a esse território estratégico de mais de 1 milhão de km² ao norte dos Himalaias, no extremo oeste da China, já é normalmente condicionada a uma autorização especial e o visitante deve estar acompanhado de um guia local durante toda a estadia, além de possuir um visto chinês.
No aniversário de 50 anos do exílio, em 2009, o Tibete já tinha sido fechado para estrangeiros por dois meses. Uma investida de segurança para abafar ações anti China prendeu dezenas de tibetanos e interrogou milhares.
As informações são limitadas e a máquina de propaganda chinesa promove uma guerra de versões. Com frequência, Pequim denuncia críticas internacionais e faz retaliações diplomáticas a todos que abrem as portas para o Dalai Lama.
Essa semana, a imprensa oficial chinesa voltou a acusar a mídia ocidental de propagar mentiras e “instigar agitação”. Nas páginas do “Global Times”, o Tibete é descrito como uma região com liberdade religiosa e que teve avanços em direitos humanos sob a administração chinesa.
Comunidades em vários países
Há comunidades tibetanas espalhadas por vários países e também em Hong Kong e Taiwan. Dharamsala, no lado indiano dos Himalaias, é hoje a residência oficial do Dalai Lama e a sede do Administração Central Tibetana (ACT), o governo do Tibete no exílio. A cidade fica em uma região já ocupada no passado pelo Império Tibetano e é ponto de peregrinação budista.
A Índia concentrou uma parte expressiva das manifestações que ocorrem desde domingo (10) contra as políticas chinesas para a região. Venerado pelos tibetanos, o Dalai Lama é visto como um perigoso separatista pela China. Imagens e textos do líder espiritual seguem proibidos no país.
Repressão desproporcional
O governo tibetano no exílio estima que dezenas de milhares foram mortos durante uma violenta e desproporcional repressão militar chinesa. Cerca de 100 mil pessoas teriam deixado o Tibete, depois da fuga do Dalai Lama. A versão dos acontecimentos é frontalmente contestada por Pequim, que, em 1950, fez o líder espiritual budista assinar um “acordo de liberação pacífica de Tibete”, que institui a região autônoma chinesa.
Para reforçar a versão chinesa da anexação do Tibete, Pequim criou um feriado em 2009. Fez do 17 de março o “Dia da libertação dos servos”, para marcar o fim de um regime feudal e integração da região no regime comunista chinês.
Fonte: Yahoo!