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A Anistia Internacional divulgou na segunda-feira (2) um balanço que indica que mais de 200 pessoas morreram durante os protestos no Irã, que começaram em 15 de novembro após a alta no preço dos combustíveis.
Nesta terça, o Poder Judiciário do iraniano chamou os números de “mentiras absolutas” publicadas por “grupos hostis”.
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“Anuncio explicitamente que os números e dados divulgados por grupos hostis são mentiras e que as estatísticas têm sérias divergências com o que anunciaram. São números fabricados, são mentiras”, disse o porta-voz do Poder Judiciário, Gholamhossein Esmaili.
As listas de vítimas divulgadas pela ONG incluem “nomes de pessoas que estão vivas e de outras que morreram de causas naturais”, ainda de acordo com o porta-voz.
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“O balanço real da repressão é aparentemente superior a 208 mortos”, afirmou a ONG, ao destacar que os números são baseados em “informações confiáveis”.
Em um balanço anterior, a Anistia já tinha afirmado que as forças de segurança iranianas reprimiram os manifestantes com armas de fogo, canhões de água e gás lacrimogênio, além de espancar pessoas com cassetetes.
Nesta terça, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Irã está matando milhares de pessoas por protestar e cobrou a comunidade internacional a prestar mais atenção à situação.
“O Irã está matando talvez milhares e milhares de pessoas agora, enquanto falamos, é por isso que eles cortam a internet para que as pessoas não possam ver o que está acontecendo”, disse Trump durante visita a Londres para uma cúpula da Otan.
“É uma coisa terrível e o mundo precisa fica de olho”, declarou.
Onda de protestos
Os protestos no Irã começaram em 15 de novembro após o regime de Hassan Rouhani anunciar o aumento de 50% no preço da gasolina, limitado a 60 litros por mês — além de um reajuste de 300% para os litros adicionais.
Porém, rapidamente os manifestantes passaram a exigir a saída dos principais líderes do país. Os protestos já podem ser os maiores protestos antigoverno nos 40 anos de história da República Islâmica.
A economia iraniana sofre o impacto das sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após retirar o seu país do Acordo Nuclear de 2015. As medidas levaram ao colapso das exportações de petróleo do Irã, à desvalorização do rial (moeda local) e ao aumento dos preços de itens básicos.
Rouhani afirmou que tomou a decisão de aumentar o preço do combustível “em prol do interesse público” e que o dinheiro gerado seria distribuído entre a população mais pobre.
As manifestações foram acompanhadas por incêndios e ataques a delegacias, postos de gasolina, centros comerciais, mesquitas e sedes de organismos públicos. Rapidamente, elas atingiram várias cidades do país. O governo chegou a interromper a conexão internet em uma tentativa de desmobilizar os manifestantes.
Fonte: Yahoo!