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GPS fora do ar, notícias inacessíveis e aplicativos bancários inoperantes. Embora pareça um cenário improvável, essas falhas poderiam se tornar realidade devido a um inimigo invisível: a crescente quantidade de lixo espacial que ameaça os satélites essenciais para a vida moderna.
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O problema foi tema de discussões na reunião do Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior (UNOOSA), realizada em Viena e encerrada nessa sexta-feira, 14. Segundo o Comitê Interinstitucional de Coordenação de Lixo Espacial (IADC), existem mais de 30 mil detritos espaciais com mais de 10 cm de diâmetro e cerca de um milhão com mais de 1 cm orbitando a Terra. Esses fragmentos representam um risco crescente para satélites e podem desencadear colisões em cadeia, dificultando futuras missões espaciais.
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“A situação é preocupante porque pode gerar um efeito cascata de colisões que, no futuro, inviabilize o acesso ao espaço”, alerta Aarti Holla-Maini, diretora da UNOOSA, apurou o Efeverde.
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Falta de consenso global
A ONU busca cooperação internacional para regulamentar o descarte de lixo espacial, mas a falta de consenso global atrasa avanços. Em 2019, o Comitê da ONU sobre os Usos Pacíficos do Espaço (Copuos) adotou um guia de sustentabilidade para o espaço exterior, mas as diretrizes são voluntárias e dependem da adesão dos países.
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A União Europeia lidera os esforços para transformar essas diretrizes em normas obrigatórias, enquanto os Estados Unidos já impuseram regras para a retirada de satélites de órbita dentro de cinco anos após o fim de sua vida útil.
Quem paga pela limpeza do espaço?
A proliferação de satélites privados, como a constelação Starlink, que já lançou cerca de 6 mil unidades, intensificou o debate sobre segurança espacial. “Quanto mais lançamentos, maior o risco de colisão”, explica Holla-Maini.
Iniciativas privadas, como as das empresas Astroscale (Japão) e Clear Space (Suíça), já desenvolvem tecnologias para a remoção ativa de detritos espaciais. No entanto, a viabilidade econômica dessas operações ainda é incerta.
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Países como Nova Zelândia e Japão criaram regras para concessão de licenças de remoção de lixo espacial, mas ainda não há um consenso sobre o financiamento dessas operações.
“Não é simples aplicar o princípio de ‘quem polui, paga’”, pondera Holla-Maini, destacando que muitos países em desenvolvimento questionam por que deveriam arcar com os custos de um problema que não criaram.
Enquanto o debate segue, a quantidade de detritos orbitais continua a crescer, aumentando os riscos para missões espaciais e para a infraestrutura tecnológica da Terra.
Fonte: Um Só Planeta