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Estudantes de uma escola estadual de Bauru (SP) foram socorridos e levados a unidades de saúde da cidade com sintomas de intoxicação após manipularem uma planta durante uma aula sobre medicina indígena.
Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada para socorrer 17 alunos da Escola Estadual Francisco Alves Brizola. Eles passaram mal após contato com uma planta da família das aráceas.
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Entre elas está a popularmente conhecida como “costela de adão” e também a “cipó-imbé” que, segundo Gina Sanchez, dirigente Regional de Ensino em Bauru, foi a espécie utilizada na aula.
Do grupo, 11 jovens foram levados para duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da cidade: a do Núcleo Geisel e a do Jardim Bela Vista.
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Os estudantes são dos 6º e 7º ano e têm entre 11 e 13 anos. Segundo o Samu, os jovens apresentavam coceira, dor na garganta, falta de ar e dor abdominal.
Três deles foram atendidos em estado mais preocupante e foram levados pra UPA do Geisel. Durante socorro, eles chegaram a ser medicados na ambulância com antialérgico.
Todos os estudantes ficaram em observação nas duas UPAs e foram liberados por volta das 16h. Segundo a prefeitura, nenhum deles apresentou problemas mais graves.
A Diretoria Regional de Ensino informou que os estudantes participavam de uma disciplina optativa sobre medicina indígena.
Durante um experimento com a planta, eles começaram a passar mal. Ainda conforme a diretora, a planta não seria tóxica e a reação em cadeia pode ter sido iniciada depois que um dos alunos começou a se coçar, o que pode ter provocado reação semelhante no grupo.
Segundo o biólogo Roberto Marono, da Unesp de Bauru, planta conhecida como cipó-imbé é considerada tóxica se as folhas forem ingeridas ingeridas ou esmagadas na mão.
Segundo ele, essa família de plantas tem como princípio tóxico o oxialato de cálcio, que pode causar alguma irritação na pele ou mucosa ou, em casos mais graves, até asfixia.
Remédio indígena
Segundo o aluno Jorge Henrqiue Rodrigues, 12 anos, um dos atingidos pela intoxicação, a proposta da aula era usar a planta para se fazer um remédio natural usado por indígenas para curar lesões na pele.
Ele explica que os alunos “descascaram” as folhas para jogar num balde, onde elas seriam misturados com álcool. Mas essa mistura nem aconteceu, porque o “surto” de coceira nas mãos começou quando os estudantes manipulavam as folhas.
A mãe de Jorge, Iara Kelly Virgilio de Araújo, diz que apoia iniciativas como essa de oferecer experimentos aos alunos, mas afirma que a escola deveria se preocupar em proteger as crianças, por exemplo, com luvas e máscaras
“Quando fiquei sabendo do caso, me assustei porque ele [filho] tem alergia de um monte de coisas. Corri pra escola e meu filho já estava aqui fora, esperando o Samu. Na UPA apenas recebeu um anti-inflamatório, mas agora já está bem”, explicou a mãe.
Segundo Gina Sanchez, a professora que propôs o experimento pesquisou a planta antes de usá-la, inclusive vistando aldeias indígenas da reserva de Araribá, na região de Bauru. Com os índios, disse a dirigente de ensino, a professora confirmou as propriedades medicinais da espécie.
Fonte: G1