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O mercado de aluguel de casas em Campinas vive um momento de forte valorização.
Pela primeira vez, os preços na cidade superaram a média do Estado de São Paulo, com alta acumulada de mais de 20,14% nos últimos 12 meses, segundo dados da FipeZap.
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A demanda crescente por moradia, impulsionada pelo dinamismo econômico, universidades e novas oportunidades de trabalho, tem pressionado os valores.
A escassez de imóveis em bairros estratégicos e os índices de reajuste também contribuíram para o avanço.
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Neste cenário, quem busca alugar precisa se adaptar a uma realidade mais competitiva e com custos em elevação.
Neste artigo, você vai entender por que o aluguel disparou em Campinas e o que esperar do mercado nos próximos meses.
Alta demanda e fluxo migratório
Campinas tem passado por um crescimento demográfico sustentado: com cerca de 1,19 milhão de habitantes, é a terceira cidade mais populosa do estado e exerce forte influência como polo tecnológico, industrial e universitário.
Esse dinamismo atrai estudantes, profissionais, pesquisadores e investidores, aumentando a demanda por imóveis tanto para compra quanto para aluguel.
A escassez de estoque, especialmente em bairros mais valorizados, é um resultado natural dessa pressão: proprietários aproveitam para reajustar os valores buscando máxima rentabilidade.
Mercado de trabalho regional aquecido
A vocação econômica de Campinas convergiu para segmentos como tecnologia, logística e pesquisa científica, palco nacional para grandes empresas e startups.
Além disso, a presença de instituições como a Unicamp atrai mão de obra qualificada.
Esse ambiente favoreceu um mercado de trabalho robusto, o que impulsionou a procura por moradia, refletindo diretamente na alta dos aluguéis, conforme apontam especialistas.
Valorização e comparação com outras cidades
Apesar do expressivo salto nos preços, o valor por metro quadrado ainda se mostra competitivo: Campinas fechou 2024 com média de R$ 6.983/m², cerca de 40% mais barato que São Paulo capital, onde o valor atingiu aproximadamente R$ 11.560/m².
Ainda assim, o crescimento percentual em Campinas foi quase o dobro do registrado na capital.
Segundo o portal DataZAP, o aumento acumulado chegou a 23,02% em 12 meses, o maior do país entre 25 municípios monitorados.
Isso explica por que Campinas ultrapassou, pela primeira vez, a média do estado, considerando não só a comparação com outras cidades, mas também os indicadores estaduais, como veremos a seguir.
Superando a média do Estado de SP
De janeiro a maio de 2025, o valor médio de aluguel em Campinas subiu 8,43%, contra 5,13% da média nacional e aumento inferior nas principais capitais.
Enquanto São Paulo teve alta de 5,22% no período, Campinas já exibia crescimento bem maior, confirmando que a tendência não é apenas pontual, mas uma movimentação consistente mês a mês.
Para se ter uma noção, enquanto o índice de inflação medido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou próximo de 0,26% no período, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), principal índice de reajuste de contratos, variou para cima intensamente, ainda que tenha desacelerado em junho, acumulando 4,39% nos últimos 12 meses.
Bairros mais afetados: Taquaral, Iguatemi e Jd. Auxiliadora
Enquanto a média de crescimento de 19–23% já é significante, alguns bairros se destacam ainda mais:
- Taquaral: principal gerador de valorização, com escassez crônica de oferta.
- Jardim Nossa Senhora Auxiliadora: salto de 44,79%, alcançando até R$ 53/m².
- Entorno do shopping Iguatemi: alta de 42,35%, com R$ 46/m².
Essas regiões concentram infraestrutura, serviços, acesso à educação, comércio e lazer, o que justifica a demanda elevada.
Por que os proprietários reajustam?
Além da valorização pela demanda local, fatores macroeconômicos reforçam o movimento:
- Inflação persistente – embora o IPCA esteja contido, o IGP-M ainda é elevado, pressionado pelo segmento de matérias‑primas.
- Rentabilidade comparativa – com o retorno médio anual do aluguel residencial ainda perto de 6%, muitos proprietários veem a locação como investimento atrativo frente a baixa dos juros e outros ativos.
- Aportes em infraestrutura – melhorias na mobilidade e serviços urbanos elevam o perfil da área, resultando em ganhos de capital.
Impacto para quem quer alugar
Para quem busca alugar um imóvel em Campinas, os desafios são claros:
- Os preços elevados demandam revisão de orçamento.
- Em bairros nobres, a oferta é mais restrita e a competição por imóveis, intensa.
- Negociações de reajuste devem considerar não apenas o IGP‑M, mas também outros índices (IPCA, INPC), e negociar cláusulas contratuais com cautela.
Estratégias recomendadas para inquilinos
- Negociação antecipada do índice de reajuste pode diminuir impacto no valor.
- Pesquisa de mercado: calcular o aluguel por m² médio da região desejada.
- Avaliar bairros alternativos com melhor custo-benefício, mas boa infraestrutura.
- Monitorar oferta nova: construtoras e imobiliárias frequentemente lançam unidades com valores promocionais.
Conclusão
Campinas vive um momento histórico no mercado de locação.
Impulsionada pelo vigor econômico, valorização imobiliária e boa relação custo-benefício frente ao mercado paulista, a cidade registrou alta inédita e superou a média do estado.
Por outro lado, os inquilinos enfrentam desafios crescentes de orçamento e escassez de estoque para locação.
Para o futuro, as perspectivas indicam manutenção dessa dinâmica: demanda sustentada e crescimento urbano tendem a manter os preços elevados.
Para quem busca se mudar ou investir, a recomendação é acompanhar os índices, negociar com inteligência e comparar a evolução do mercado local, pois, apesar dos preços em alta, Campinas ainda oferece mais valor por m² que a capital paulista.