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Os primeiros dias de junho devem marcar o alinhamento de seis planetas do sistema solar, fenômeno conhecido entre os astrônomos como “desfile planetário”.
Mercúrio, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno vão estar visíveis, e mais ou menos alinhados, nas primeiras manhãs do mês, sendo segunda (3) e terça-feira (4), pouco antes do nascer do sol, os melhores momentos para observar o fenômeno astronômico.
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Mês de junho será marcado por alinhamento de seis planetas — Foto: Rodolfo Langhi/Stellarium/Reprodução
Segundo o professor Rodolfo Langhi, coordenador do Observatório de Astronomia da Unesp de Bauru (SP), quase todos estarão próximos, permitindo uma observação única, mas nem todos são visíveis a olho nu, sendo necessária a ajuda de equipamentos.
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“Marte e Saturno serão fáceis de detectar a olho nu. Outros dois – Mercúrio e Júpiter – são mais brilhantes, embora estejam extremamente baixos no céu, cerca de 20 minutos antes do nascer do sol. Serão difíceis, mas não impossíveis de detectar no crepúsculo. Urano e Netuno acredito que somente observadores experientes com telescópios e mapas localizadores”, revela.
De acordo com o professor, os planetas vão estar em ordem, do mais alto para o mais próximo do horizonte, sendo a sequência formada por: Saturno, Netuno, Marte, Urano, Mercúrio e Júpiter. Esse alinhamento de seis planetas ocorre com pouca frequência e depende da órbita e da posição de cada planeta visto da Terra.
“Na verdade, os planetas não ficam ‘em fila’, como em uma linha reta no espaço. O espetáculo, embora belo de se ver, é uma ilusão de ótica. Ou seja, uma coincidência sob a perspectiva da Terra, devido à posição e inclinação dos planetas em suas órbitas, naquele momento específico”, conta.
“Nos primeiros dias de junho, os planetas vão estar nessa ordem, onde apenas a lua vai se deslocando entre eles. Se a pessoa levantar cerca de 1h antes do nascer do sol, verá pontinhos brilhantes no céu parecidos com estrelas, mas são os planetas”, explica.
Na manhã deste domingo (2), a lua crescente irá se aproximar de Marte e, ao mesmo tempo, Mercúrio e Júpiter estarão bem próximos do horizonte. Os planetas são objetos luminosos que não cintilam, ao contrário das estrelas.
Já na segunda-feira, a lua passará por Marte e Saturno, ficando bem no meio do espaço entre os dois planetas. O satélite da Terra também apontará para Mercúrio e Júpiter (e Urano), perto do ponto do nascer do sol.
Portanto, nesse dia, os observadores do céu terão a oportunidade de ver Mercúrio, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. O “desfile dos planetas” ocorrerá em uma vasta área do céu. Com o sol prestes a nascer e o céu clareando, as chances reais de avistar cada planeta a olho nu são:
- Júpiter: difícil de ver, devido à proximidade com o sol;
- Mercúrio: difícil de ver, pois é tênue e está muito próximo do sol;
- Urano: requer um telescópio grande e muita paciência;
- Marte: visível a olho nu, embora seja tênue;
- Netuno: requer um telescópio grande e muita paciência;
- Saturno: visível a olho nu, apesar de ser tênue.
“Para conferir alguns planetas ao lado da lua no comecinho do dia, com o céu já claro, olhe para o céu a partir das 6h20. A lua ajudará a localizar os planetas: basta traçar uma linha imaginária entre ela e o lado mais iluminado do horizonte (onde o sol estará prestes a nascer). Os planetas desfilam por essa trajetória”, explica o professor da Unesp.
Mercúrio e Júpiter aparecerão mais próximos na manhã seguinte, dia 4 de junho, e estarão separados por menos de um grau, segundo o professor. A última chance de capturar todos os seis planetas antes do nascer do sol será provavelmente na quarta-feira (5).
Segundo o astrônomo, nessa data, Mercúrio estará caindo rapidamente em direção ao horizonte. Júpiter estará mais alto, e a fina lua crescente (com apenas 1,7% de iluminação) ficará acima do par planetário.
“Mercúrio estará muito perto do sol para ser visto. No entanto, Júpiter estará se movendo mais alto, fora do brilho do nascer do sol”, conta.
Durante essas manhãs, será possível observar as mudanças de fases e posição da lua, o que é uma bela visão com um par de planetas próximos. Para apreciar o fenômeno, procure um local com pouca poluição luminosa e uma visão clara do horizonte.
“Normalmente os planetas estão espalhados, alguns no céu da manhã e outros no céu da noite. Mas, durante alguns dias do ano, alguns deles costumam aparecer na mesma área do céu, sob o nosso ponto de vista daqui da Terra”, diz Rodolfo Langhi.
Para observar todos os planetas, será necessário um binóculo ou telescópio, já que Netuno e Urano não podem ser vistos a olho nu.
“Se quiser ver vários planetas alinhados, é recomendável observar o céu a leste antes do amanhecer, à medida que o mês de junho avança. É importante observar antes do início do crepúsculo para facilitar a visualização”, conta o professor.
Especificamente, 15 de junho será provavelmente a melhor manhã para observar cinco planetas alinhados, já que Júpiter se juntará aos outros cedo o suficiente para não ser obscurecido pela luz da madrugada.
Fonte: G1