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A Câmara baixa do Parlamento alemão, o Bundestag, aprovou nesta quarta-feira (30) por ampla maioria uma moção que reconhece como “genocídio” a fome provocada na Ucrânia há 90 anos pelo regime de Stalin.
A resolução foi apoiada pela coalizão no poder, formada por social-democratas, ecologistas e liberais do FDP, aos quais se somou a oposição conservadora (CDU-CSU).
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A esquerda radical do Die Linke e o partido de extrema direita Alternativa pela Alemanha (AfD) se abstiveram.
“Agradeço aos deputados do Bundestag por esta decisão histórica”, reagiu em sua conta no Twitter o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky. “A verdade sempre vence”, acrescentou.
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Em 1932 e 1933, cerca de 3,5 milhões de ucranianos foram vítimas do ‘Holodomor’ (extermínio por meio da fome, em ucraniano), orquestrado pelo regime de Josef Stalin. As colheitas foram confiscadas em nome da coletivização das terras, o que deixou milhões de pessoas sem comida.
Aquela fome se insere “na lista de crimes desumanos cometidos por sistemas totalitários, que fizeram desaparecer milhões de vidas humanas na Europa, em particular na primeira metade do século XX”, diz a resolução aprovada.
A qualificação de “genocídio” tem um caráter especial em plena invasão russa da Ucrânia.
O deputado ecologista Robin Wagener, um dos promotores do texto, afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, faz parte da “tradição cruel e criminosa de Stalin”, e acrescentou que a qualificação do ‘Holodomor’ como genocídio é “um sinal de advertência”.
Há anos, a Ucrânia faz campanha para que a fome dos anos 1930 seja reconhecida como genocídio.
A Rússia repudia esta classificação e afirma que a grande fome que atingiu a União Soviética no início dos anos 1930 causou vítimas não só entre os ucranianos, mas também entre russos, cazaques, alemães do Volga e outros povos.
O papa Francisco se referiu também a este crime de massa em 23 de novembro, usando o termo “genocídio”.
“Rezamos pelas vítimas deste genocídio e por tantos ucranianos, crianças, mulheres, pessoas idosas e bebês, que sofrem hoje em dia o martírio da agressão”, disse o sumo pontífice no Vaticano.
O chefe de governo alemão, Olaf Scholz, e sua ministra das Relações Exteriores, a ecologista Annalena Baerbock, disseram na sexta-feira, por meio de seus porta-vozes, que apoiavam a classificação de genocídio.
Fonte: Yahoo!