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Governador Geraldo Alckmin durante entrevista em Mogi Guaçu, SP (Foto: Reprodução/EPTV)
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (27) que não há elo entre a rebelião ocorrida em Bauru (SP) e as que ocorreram em presídios de outros estados, incluindo Manaus, Roraima e Rio Grande do Norte, por causa do conflito entre facções. Parte dos detentos foi levada ao Centro de Progressão Penitenciária (CPP) Campinas-Hortolândia.
“Não tem nenhuma relação com episódios que ocorreram em outras regiões do Brasil. É uma coisa estritamente pontual, uma fazenda. Aliás, não precisa nem fugir, porque é semiaberto. Grande parte dos presos trabalha fora […] Uma questão pontual que está equacionada”, frisou.
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Ele visitou Mogi Guaçu (SP) nesta manhã, onde anunciou entrega de 1,4 mil moradias por meio dos programas “Minha Casa, Minha Vida” e “Casa Paulista”. Além disso, destacou que o estado irá inaugurar, até fevereiro, duas penitenciárias que somam cerca de 1,6 mil vagas.
De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), as unidades previstas no estado são o Centro de Detenção Provisória de Icém, e a Penitenciária Feminina de Votorantim.
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“Temos em construção mais 15 unidades, e solicitado ao Poder Judiciário mutirões, porque há muitos presos no semiaberto que poderiam sair, e do fechado ir para o semiaberto”, ressaltou.
Fuga e transferências
Na terça-feira, 152presos do CPP 3 “Prof. Noé Azevedo”, em Bauru, fugiram após atearem fogo nos pavilhões. Segundo a Polícia Militar, 112 já foram recapturados até a quinta-feira – o mais recente, após assalto a uma residência na zona sul da cidade.
Parte dos detentos foram levados para penitenciárias de Balbinos, Álvaro de Carvalho, Getulina e Campinas-Hortolândia, que já operam acima da capacidade. A SAP informou que não se manifesta sobre a transferência de presos por questões de segurança.
Preocupação
No começo deste mês, o Sindicado dos Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária de São Paulo (Sindespe) enviou um comunicado à SAP solicitando medidas de segurança para evitar que a crise prisional deflagrada com a guerra de facções se instaure nos presídios paulistas.
Antonio Pereira Ramos, presidente do Sindespe, revelou que o clima de tensão que já existia no Complexo Campinas-Hortolândia piorou na madrugada. “A transferência deixou ainda pior uma situação ruim que existe nessas unidades, que estão superlotadas.”