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A Polícia Civil de Pouso Alegre segue com as investigações sobre a psicóloga encontrada morta dentro do porta-malas de um carro. Nesta segunda-feira (30), o delegado Renato Gavião, que está à frente das apurações, destaca que não é possível, no momento, falar em “homicídio ou suicídio” de Marilda Matias Ferreira dos Santos, de 37 anos.
“A vítima foi localizada sem nenhum sinal de violência, nenhum sinal de arranhão, nenhum sinal de injeção ou qualquer coisa do tipo. A Polícia Civil, hoje, trabalha com todas as hipóteses, então nós não podemos falar em crime de homicídio, não podemos falar em suicídio, até a conclusão da investigação”, disse o delegado.
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Renato Gavião também revelou que os passos da vítima estão sendo investigados, assim como o do marido dela, estão sendo analisados nas apurações sobre o caso realizadas pela Polícia Civil.
“Todos os passos da vítima, todos os passos anteriores ao encontro da vítima estão sendo investigados. Onde a vítima foi, onde a vítima deixou de ir. E também do marido dela, que, por enquanto, não tem nada que o desabone. Tudo que ele relatou para a polícia Civil condiz com o que foi apurado preliminarmente pelo delegado. Então, não podemos falar em nenhum hipótese de que ele é o autor de qualquer delito. A Polícia Civil nesse momento não trabalha com nenhum tipo de medida protetiva, de nenhum tipo de medida cautelar nesse sentido. Temos que ter muita cautela nessa investigação”, falou.
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O delegado ainda ressaltou que a vítima estava amarrada no porta-malas, mas com uma amarração que poderia ter sido feita por um terceiro ou até mesmo “pela própria vítima”. A Polícia Civil de Pouso Alegre já ouviu os depoimentos de pessoas próximas à psicóloga.
“É uma investigação muito cirúrgica, porque, até então, nós temos um corpo localizado. Ele estava amarrado, com uma amarração que pode ter sido realizada pela própria vítima, como pode ser realizada por um terceiro. A Polícia Civil está investigando tudo para que esse fato seja devidamente esclarecido”, disse.
O corpo da psicóloga foi enterrado na tarde do dia 23 de agosto em Bauru (SP), cidade natal dela e também onde mora a família. Ainda conforme o delegado, a investigação está em andamento, mas ainda é cedo para se apontar o que teria ocorrido.
Casa sem sinais de arrombamento
A casa em que a psicóloga morava não possuía sinais de arrombamento, segundo um perito da Polícia Civil. Ela foi encontrada com os pés e as mãos amarradas, de roupa e capacete de ciclista, mas sem sinais de violência, conforme a Polícia Civil. Em depoimento, o marido disse que a esposa teria saído para andar de bicicleta um dia antes de ser encontrada morta.
O perito criminal Aldair Antônio Penna de Loredo disse que, na análise feita por ele possui cerca elétrica e aparenta ser segura, além de não ter sido constatado por ele nenhum sinal de arrombamento.
“Não presenciei nenhum sinal de arrombamento. É um imóvel muito seguro, com cerca elétrica. A vítima ainda se encontrava no porta-malas do veículo dela, já se encontrava em uma rigidez completa, o que leva a gente a aventar que ela já tinha mais de 12 horas de estado de morte. Também não tinha sinais de violência”, disse o perito.
Vizinhos afirmam que o casal era discreto e raramente era visto na rua, além de conversar pouco. O perito destacou que imagens de segurança podem ajudar nas apurações.
“A delegacia de homicídios também vai dar prosseguimento às investigações. Estamos capturando imagens do circuito de segurança em volta do local, das imediações ali. Algum terceiro que possa ter tido acesso ao local. Ainda é cedo para precisar qualquer tipo de afirmação nesse sentido”, falou.
Depoimento do marido
Segundo a polícia, o corpo de Marilda foi encontrado pelo marido, um médico veterinário, de 62 anos no bairro Fátima 2, na manhã de domingo (22). Para a Polícia Militar, ele contou que tinha recebido uma mensagem da esposa no sábado avisando que iria pedalar.
Ainda conforme a polícia, o marido disse que estava trabalhando no sábado (21), em uma fazenda que fica em Careaçu, quando recebeu a mensagem da esposa dizendo que faria um passeio de bicicleta. Mais tarde, ao chegar em casa, por volta de 16h, ele não encontrou a esposa e achou que ela ainda não teria chegado do passeio de bicicleta.
Horas depois, como a mulher não havia aparecido, o marido disse que passou a procurá-la no hospital e na delegacia. Na manhã de domingo, ao resolver procurar dentro do carro, encontrou a esposa no porta-malas e chamou a polícia.
O marido foi ouvido e liberado. O celular dele foi entregue para a polícia.
Fonte: G1