26 abril, 2024

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Advogado segue aplicativo e acaba em favela

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Sexta-feira, às 17h: um advogado procura no celular uma rota rápida, usando o aplicativo de trânsito Waze, para ir do Centro até sua casa, no Méier. Quinze minutos depois, vai parar dentro de uma favela. É cercado por traficantes armados com pistolas e fuzis. Retirado do carro, é agredido com o cabo de um fuzil nas costas, ameaçado de morte e passa por tortura psicológica. Um dos criminosos chega a encostar o cano de uma pistola calibre 9mm em sua nuca, ameaçando acionar o gatilho. O crime não é consumado porque um senhor aparece e convence os bandidos a deixarem o advogado vivo.

As cenas de violência aconteceram em Santa Teresa, na última sexta-feira. Desde 2011, o bairro — um dos mais charmosos da cidade — conta com duas UPPs. Isso não impediu que o advogado, de 38 anos, vivesse o drama de ser vítima de bandidos ao seguir instruções do aplicativo. Em outubro, já havia acontecido outro caso envolvendo o Waze: a empresária Regina Murmura, de 70 anos, foi morta por traficantes que metralharam seu carro depois que ela e o marido, perdidos ao usar o aplicativo, foram parar no Morro do Caramujo, em Niterói.

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— Foi terrível — lembrou o advogado. — Um dos bandidos, quase um menino, ficou com a arma na minha nuca, enquanto o senhor falava: “Deixem que ele vá embora. Não estão vendo que ele é trabalhador. Matar por quê? Para trazer a polícia aqui para o morro?” Acabaram me liberando.

O advogado, que não quer ter seu nome revelado, preferiu não procurar a polícia para registrar queixa. Nas redes sociais, no entanto, detalhou seu drama e pediu: “Queridos amigos e usuários do aplicativo Waze. Peço que todos vocês parem de usar esse aplicativo enquanto nosso estado não for um lugar decente para morar ou enquanto o próprio aplicativo não informar as áreas de risco”.

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— Pela rota normal, saindo do Centro e seguindo até Méier, eu levaria mais de uma hora e 40 minutos. O aplicativo estimou que, passando por Santa Teresa, eu chegaria em casa em 40 minutos — contou, sem saber precisar em que favela foi parar.

Segundo ele, em nenhum momento o Waze informou que, fazendo aquele caminho, o motorista passaria por uma favela. Tampouco disse que a região era perigosa:

— Foram momentos de muito terror. Perguntavam se eu era policial, se era alemão (“inimigo”, no jargão dos traficantes). Depois de encostar a pistola na minha nuca, o bandido riu e falou: “Pode ir embora”. E deu um leve tapa na minhas costas.

O Globo procurou os responsáveis pelo Waze, mas não obteve resposta. Em outubro, após a morte de Regina Murmura, o serviço informou que estava estudando maneiras de alertar os usuários para trajetos que passem por áreas perigosas. Já a assessoria das UPPs disse que precisaria de mais detalhes para comentar o caso.

Fonte: Extra

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