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O adolescente de 14 anos que confessou ter matado o fotógrafo e professor de dança Anderson Almeida Delfino (foto), o Mayckon Booker, na noite de domingo (4), em São Carlos (SP), disse que cometeu o crime após ser assediado sexualmente pela vítima.
Delfino era amigo da família do jovem e já tinha ajudado o garoto, que é usuário de drogas e tinha passagem pela polícia por tráfico.
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Ele foi apreendido nesta quinta-feira (8) e prestou depoimento na Delegacia de Investigações Gerais (DIG). O garoto vai responder por latrocínio, que é o roubo seguido de morte, já que roubou um celular e uma máquina fotográfica.
Ele será levado para o Núcleo de Atendimento Integrado (NAI) e vai passar por audiência de custódia, que ainda não tem data marcada.
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Vítima era amigo de menor
O jovem disse em depoimento que conheceu Delfino na escola onde estudava há 3 anos. A vítima era voluntária e dava aulas de dança no local.
Os dois ficaram amigos e o fotógrafo ensinava edição de fotos a ele. Delfino chegou a ajudar a família com dinheiro.
“A vítima manteve amizade com os pais do jovem e ele teria ido na casa dele algumas vezes. O menor disse que a vítima dava bons conselhos e nunca teve interesse sexual. De uns meses para cá a vítima fazia constantes convites para ir à casa dele para que ele fosse fazer fotos e que o transformaria em modelo. Ele começou a frequentar mais a casa, ficava durante a noite assistindo filmes e nunca teve intimidade”, afirmou o delegado da DIG, Gilberto de Aquino.
Suposto assédio sexual
Na noite do crime, ele disse que andava com uma faca, pois estava sendo ameaçado por ter dívidas de drogas. Ele afirmou que foi convidado para ir à casa de Delfino assistir a um filme.
“Ele fala que a vítima apagou as luzes e partiu para cima dele com interesse sexual. Começou alisá-lo, passar a mão nele e que ele não aceitou. Ele desferiu um golpe de faca nas costas e a vítima caiu. Ele foi atrás e desferiu uma facada no peito. Ele pegou um celular e uma máquina e foi embora”, afirmou o delegado.
O menor disse que escondeu a máquina em um matagal e em um determinado local jogou a faca e jogou fora a roupa que usava. No dia seguinte ele vendeu os equipamentos. “Identificamos a pessoa e recuperamos a câmera. O local exato onde ele jogou a faca e a roupa ele não apontou. Também não disse para quem vendeu o celular”, afirmou.
Polícia ainda investiga caso
A Polícia Civil ainda investiga o caso e apreendeu um computador da vítima. Segundo o delegado, nas imagens das câmeras de segurança é possível ver o jovem chegando aflito ao local.
“Isso demonstra que ele foi lá com algum intuito, que provavelmente seria pegar dinheiro ou conseguir alguma vantagem. Se a vítima tentou abusar dele, ele poderia ter empurrado e ido embora e não teria necessidade de dar o segundo golpe e matado a vítima. Não teria também a necessidade de subtrair o celular e a máquina. O objetivo dele era adquirir objetos para trocar por drogas”, disse.
O homem que comprou a máquina vai ser indiciado por receptação. A polícia ainda vai tentar localizar a faca e a roupa usada no dia do crime.
Crime em apartamento
Segundo informações a DIG, o corpo de Delfino foi encontrado na manhã de segunda-feira (5), na sala do apartamento onde também funcionava seu estúdio, na Vila Prado.
Ele tinha marcas de facas no peito e nas costas e há indícios de briga. Sangue foi encontrado na sala, no banheiro e no estúdio. A casa estava toda bagunçada, mas não havia sinais de arrombamento.
Em entrevista na terça-feira (6), a irmã de Delfino, a educadora física Edna de Almeida Delfino, contou que familiares e amigos estão revoltados com a forma brutal que ele foi assassinado. Ela disse ainda que ele não tinha inimigos.
Em 2007, ele se apresentou cantando no programa ‘Ídolos’, da Record. Já em 2010, participou com um número de dança no programa ‘Qual é O Seu Talento’, do SBT. Atualmente atuava fotografando eventos, assessorando artistas e promovendo desfiles, festas e projetos sociais.
Fonte: G1